Esta é a segunda parte do post sobre a nossa viagem para a Ilha do Mel (para acessar o primeiro post, clique aqui). Há um mês viajamos para a Ilha, saímos de São Paulo por volta das 09h30 e chegamos por volta das 19h00. Confesso que após a reserva e o pagamento do local onde nos hospedamos, realizados alguns meses antes da viagem, fiquei um tanto apreensiva ao ler sobre a forma de chegar ao destino escolhido. Por isso, meu marido e eu estávamos um pouco tensos ao embarcarmos em Pontal do Sul. Foi então que minha filha se aproximou de uma linda menina de cabelos claros, da mesma idade que a sua, que estava na mesma embarcação que a nossa voltando da escola. A mãe da menina se apresentou dizendo ser moradora da Ilha há 17 anos e nos contou um pouco sobre o local que escolheu para viver. A conversa nos tranquilizou e fez com que encarássemos com mais tranquilidade a escuridão do trapiche e da caminhada até a hospedagem.
Na fotos abaixo está nossa bagagem pronta para ser levada do estacionamento para o terminal de embarque. São pagos estacionamento e carrinho (com carregador) para levar sua bagagem do trapiche até o local de hospedagem.
As praias da Ilha não são azuis como as praias do litoral Norte, suas areias e águas possuem a coloração do litoral Sul de São Paulo. Por isso, sua beleza se encontra na natureza exuberante, nas trilhas e na falta de iluminação pública, como se as complicações que a urbanização trouxe para o meio ambiente não tivesse alcançado a Ilha. Temos a impressão de estarmos em praias virgens e locais pouco explorados.
Pela primeira vez hospedados em meio à Mata Atlântica e não acostumados com a escuridão que envolve toda a área, com exceção da sede do resort, jantamos e aproveitamos a noite da sexta-feira para descansarmos da longa viagem.
No sábado pela manhã, com o espírito de aventura e faminta para apresentar à minha filha diferentes belezas naturais, dispensamos o serviço de praia que o resort oferece e partimos para um roteiro nada convencional para quem está acompanhado de uma criança: caminhada da Praia Grande (praia onde localiza-se o resort) até a Gruta das Encantadas, passando pela Praia do Miguel, travessa do Morro do Sabão, Praia do Saquinho e Praia da Boia.
A caminhada pela Praia Grande foi tranquila, com direito a banho de mar. Há grande dificuldade na travessia da Praia Grande para a Praia do Miguel através das pedras e na maré. Atravessadas as primeiras pedras, pensamos em voltar, mas ao olhar para trás e vendo o mesmo grau de dificuldade tanto para voltarmos quando para prosseguirmos, decidimos continuar. Chegamos à Praia do Miguel, literalmente deserta, só tínhamos nós três na praia. A sensação é indescritível, senti que aquele momento foi um presente de Deus, afinal, quando teríamos novamente a oportunidade de termos uma praia inteira só para nós? Minha filha correu, brincou e escreveu na areia. Logo após, subimos o Morro do Sabão em direção à Praia do Saquinho.
Já estávamos muito cansados quando chegamos à Praia do Saquinho, de areia fina e clara, muito parecida com as areias que formam as dunas. Limpamos os pés, nos refrescamos na água do mar e caminhamos destino à Praça de Alimentação. Nós, paulistanos, quando ouvimos falar em Praça de Alimentação logo associamos às Praças de Alimentação dos shoppings centers, com muitas opções de alimentação e mesas e cadeiras fixas e padronizadas. Mas, nada disso existe na Ilha do Mel, a Praça de Alimentação é como uma grande varanda onde somos servidos por cerca de dez quiosques, uma ótima pedida para quem gosta de frutos do mar. Lá, almoçamos e continuamos nossa caminhada.
Chegamos na Gruta das Encantadas no final do tarde, por volta das 17h. A gruta está situada na parte sul da Ilha, é o patrimônio natural mais importante da Ilha do Mel. O morro da Gruta, formado por um tipo de rocha chamado migmatito é dividido por um veio de rocha negra, o diabásio. A gruta se formou pela ação do mar sobre o diabásio, menos resistente que o migmatito. Para facilitar o acesso, foi construída uma passarela que leva até a sua entrada.
Partindo do hotel por volta das 12h e chegando ao trapiche para realizarmos o retorno de barco por volta das 17h30, nossa caminhada teve a duração de 5 horas e meia. Avistamos o pôr do sol do barco (maravilhoso) e chegamos ao resort após o entardecer. Me apavorava a ideia de chegar ao resort a noite, pois não tínhamos levado lanternas. Para fazer uma caminhada de um dia inteiro com a minha filha, levei na mochila roupão, óculos escuros, repelente, protetor solar, lenço de papel, boné e bóias de braço. Só senti falta de uma garrafa d´água.
Na noite de sábado, um dos hóspedes comemorou seu aniversário no resort e por isso o restaurante ficou fechado, contudo o jantar à la carte foi servido nas mesas externas do restaurante. Nesta noite incrível, jantamos dentro de uma jangada. Mesmo todos os hóspedes sendo convidados para a festa, preferimos ir para a suíte para descansarmos para aproveitamos o dia seguinte com disposição.
No domingo caminhamos até o Farol das Conchas. Para modernizar a navegação comercial brasileira o Imperador D. Pedro II ordenou, em 1870, o início das obras, realizadas por uma empresa inglesa sob a supervisão do engenheiro Zózimo Barroso. Os materiais foram importados da Escócia, país que detinha, na época, a tecnologia mais avançada no ramo. Inaugurado em 01 de abril de 1872 e localizado no alto do Morro das Conchas, pode ser avistado de quase todos os pontos da Ilha do Mel.
Voltamos para São Paulo por volta das 14h, satisfeitíssimos com tantas aventuras que a Ilha do Mel nos proporcionou.
Já disse para vocês anteriormente e repito: antes de ter minha filha ouvia dizer que deveríamos aproveitar para viajarmos e passearmos antes dos filhos, pois após o nascimento deles seria mais difícil. Difícil pode ser que sim, pois a preocupação com a bagagem e a segurança dos pequenos é muito grande, mas vos digo: qualquer passeio ou viagem com criança é extremamente construtivo para eles e muito mais gostoso e divertido para nós!
Ah, e o que levei na bagagem da minha filha (que contei, aqui) que não usei? Apenas os itens da farmacinha! Até a capa de chuva usamos, pois durante nossa caminhada até o trapiche no momento do nosso retorno para São Paulo garoou.
Informações Úteis
- Não é permitido a entrada de animais, fazer fogueiras, acampar em áreas públicas e retirar plantas da natureza;
- Não há farmácias e caixas eletrônicos na Ilha;
- Trazer lanterna, repelente e filtro solar.
As informações úteis e as informações sobre a Gruta das Encantadas e o Farol das Conchas foram retiradas do guia distribuído gratuitamente pela Rede Empresarial da Ilha do Mel.
Um abraço,
Mari.