Há 15 dias publiquei as fotos de uma festa linda com o tema Angry Birds (aqui) e na introdução do post escrevi que o tema tem conquistado o coração dos meninos. Então, recebi alguns comentários questionando o porquê da citação meninos quando o tema também tem conquistado o coração das meninas. Achei justo o questionamento e respondi que citei meninos pelo fato do tema ser mais comumente escolhido para os aniversários de meninos, o que não significa que algumas meninas também tenham escolhido o tema.

Além disso, citei que Angry Birds pode ser um tema masculino para facilitar a busca na web das pessoas interessadas em temas de festas para meninos, uma vez que a internet está repleta de opções de temas de aniversários para meninas, começando pelas princesas: Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel e etc.

Foi então que refleti e decidi escrever sobre o fato de algumas cores, brinquedos e brincadeiras serem “de menina” e outras serem “de menino”. Procurando na web, descobri que esta referência não é biológica ou psicológica, mas do marketing. Até o fim do século 19, tintura de tecido era cara, portanto os pais não se preocupavam com isso. A definição das cores “certas” para cada gênero surgiu só no início do século 20, e era o inverso da atual. Um catálogo de roupas dos EUA de 1918 dizia que o rosa, por ser mais forte, era adequado aos garotos. E o azul, por ser delicado, às garotas! E foi só entre 1920 e 1950 que as lojas começaram a sugerir azul para eles e rosa para elas, como forma de agitar as vendas. Essa imposição social tem sido reforçada desde então. “A afinidade com alguma cor não determina personalidade ou sexualidade”, diz a psicanalista Fani Hisgail. (Fonte: revista Mundo Estranho)

Antes de completar 4 meses de gravidez, a médica nos disse que a chance de termos um menino era de 70%, e embora tenha nos dito que dificilmente erra, sugeriu que não comprássemos nada para o enxoval nas cores azul ou rosa. Mas, como não resisti, comprei alguns itens azuis e guardei a nota fiscal para caso precisasse trocar um deles. Com 5 meses, em novo ultrassom, descobrimos que esperava por uma menina (Assista a Baby Story da Maria Eduarda clicando aqui). Assim, corri trocar os itens azuis por itens rosa ou lilás. Foi mecânico? Sim. Levei em consideração que a cor independe da sexualidade? Não.

Ganhei macacões azuis e verdes escuros e os vesti em minha filha sem problemas. Permito que ela participe de brincadeiras “de meninos” e use brinquedos “de meninos” também sem problemas. Pintei as paredes do seu quarto de amarelo, não de rosa. Mas, é comum que eu a vista com roupas cheias de fitas e laços estereotipadas para meninas. A maioria dos seus brinquedos são da cor rosa e pink. Porém, tenho plena consciência que o gosto por brinquedos (e brincadeiras) é adquirido socialmente, e não algo inato.

O azul, o rosa e as outras cores na infância

Minha filha com 7 dias usando macacão “de menino”

Num mundo perfeito, os pais e a sociedade não deviam se preocupavam com as cores, brinquedos e brincadeiras determinadas para cada sexo. A infância é unissex. O sexo deveria ser determinado só na idade adulta caracterizado pela atração física e afetiva. Mas, e o marketing?!

Um abraço,

Mari.

Sempre fui uma mãe muito apegada à filha. Desde que nasceu, por exemplo, meu marido e eu a deixamos somente duas vezes aos cuidados de outras pessoas para passearmos a sós, e isso aconteceu quando ela estava com 4 anos. Quando a licença maternidade terminou e precisei voltar a trabalhar, sofri muito. E, quando optei por deixar a babá e a matriculei no berçário, também senti meu coração fora do corpo (leia mais, aqui). Por isso, no dia oficial de volta às aulas de muitas escolas, como a da minha filha, contarei como é esta experiência para mim.

Digo “é esta experiência” e não “foi esta experiência”, pois todo início de ano, sabendo que nossos pequenos enfrentarão novos desafios, dá aquele friozinho na barriga. Minha filha não mudou de escola e está certa que encontrará os amigos do último ano letivo, mas haverão mudanças importantes como a troca de sala, professora, novos amigos e novas atividades. Enfim, atrelado ao sentimento de novidade (que naturalmente é incerto), também nos damos conta do quanto nossos pequenos estão crescendo e ampliando seus horizontes.

Volta às aulas

Aqui em casa, vou preparando o “terreno” para o primeiro dia de aula. Vou avisando com uma semana de antecedência que o momento da volta às aulas está para acontecer. E permito que ela participe de todo o processo: compra do material (post completo, aqui), tarefa de etiquetar o material, compra da mochila e lancheira, compra dos lanchinhos, arrumação da mochila e separação do uniforme que será usado no primeiro dia de aula. Gostaria de tê-la levado na reunião de pais que antecede o primeiro dia de aula, mas ela preferiu ficar com o pai e eu a respeitei.

Participando deste processo, a tendência é que a criança desperte o interesse para a volta às aulas. Outro dia minha filha sonhou com uma das amigas e disse sentir saudades. Como filha acaba de completar 5 anos, sua segurança e maturidade é maior do que das crianças menores, principalmente daquelas que ingressaram na escola com 3 ou 4 anos. Mas, é importante passarmos confiança para que a mesma se sinta segura durante todo o processo de adaptação.

E, o melhor termômetro para averiguarmos se a criança está gostando da escola é a própria criança. Se ela vem contente da escola, se mostra entusiasmada para ir para a escola e se durante as conversas em casa fala das pessoas que encontra da escola, é um bom sinal que gosta do ambiente escolar e se sente querida pelos profissionais e amigos. Há um ano conheci a filosofia humanista, quando matriculei minha filha na atual escola, e estou muito contente com a escolha, pois escolas conhecidas como humanistas têm a preocupação com as pessoas e os grupos sociais, facilitando e enfatizando assim o relacionamento interpessoal no ambiente escolar.

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Quer ler mais sobre o assunto? Consulte o especial de volta às aulas da Revista Crescer, clicando aqui.

Um abraço,

Mari.

Criação com apego não é receita de bolo de como criar filhos. Também não é moda ou exclusividade de mães que se encontram na feira orgânica ou na dança materna. Não é coisa de blogueiras maternas e muito menos pertence a uma só classe social.

O nome sim está na moda, mas o método não é novidade. É como segurarmos a máquina fotográfica para tirarmos fotografia de nós mesmos que hoje chamamos de selfie, mas que a prática é antiga.

Abreviadamente, Criação com apego é promover práticas de criação que criam vínculos emocionais fortes e saudáveis entre pais e filhos. A prática da Criação com apego (do inglês Attachment Parenting – AP) atende às necessidades da criança de confiança, empatia e afeição, provendo a base para uma vida repleta de relacionamentos saudáveis (veja mais aqui).

Me orgulho em criar a minha filha de acordo com os princípios da Criação com apego. Mães e pais perfeitos não existem, mas fico contende ao ouvir comentários do tipo: “Que ótimo trabalho vocês tem feito com esta criança” ou “Você é cuidadosa e carinhosa com a sua filha, assim como sua mãe foi com você”, vindos de pessoas despretensiosas. E tanto carinho e dedicação não são obrigações, são atitudes que partem do coração.

Mas, o que caracteriza a criação com apego?

De acordo com a API – Attachment Parenting International, os 8 princípios da Criação com apego são:

  1. Preparando para a Gestação, Nascimento e Criação
  2. Alimentando com Amor e Respeito
  3. Respondendo com Sensibilidade
  4. Usando o Contato Afetivo
  5. Garantindo um Sono Seguro, Física e Emocionalmente
  6. Provendo Cuidado Consistente e Amoroso
  7. Praticando a Disciplina Positiva
  8. Mantendo o Equilíbrio entre a Vida Pessoal e Familiar

Este é o primeiro post de 8 que contarei para vocês como os métodos são aplicados aqui em casa. Reforço que não se trata de um manual, apenas o relato da minha experiência quanto à criação da nossa filha.

Criação com apego

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Um abraço,

Mari.