Criação com apego não é receita de bolo de como criar filhos. Também não é moda ou exclusividade de mães que se encontram na feira orgânica ou na dança materna. Não é coisa de blogueiras maternas e muito menos pertence a uma só classe social.

O nome sim está na moda, mas o método não é novidade. É como segurarmos a máquina fotográfica para tirarmos fotografia de nós mesmos que hoje chamamos de selfie, mas que a prática é antiga.

Abreviadamente, Criação com apego é promover práticas de criação que criam vínculos emocionais fortes e saudáveis entre pais e filhos. A prática da Criação com apego (do inglês Attachment Parenting – AP) atende às necessidades da criança de confiança, empatia e afeição, provendo a base para uma vida repleta de relacionamentos saudáveis (veja mais aqui).

Me orgulho em criar a minha filha de acordo com os princípios da Criação com apego. Mães e pais perfeitos não existem, mas fico contende ao ouvir comentários do tipo: “Que ótimo trabalho vocês tem feito com esta criança” ou “Você é cuidadosa e carinhosa com a sua filha, assim como sua mãe foi com você”, vindos de pessoas despretensiosas. E tanto carinho e dedicação não são obrigações, são atitudes que partem do coração.

Mas, o que caracteriza a criação com apego?

De acordo com a API – Attachment Parenting International, os 8 princípios da Criação com apego são:

  1. Preparando para a Gestação, Nascimento e Criação
  2. Alimentando com Amor e Respeito
  3. Respondendo com Sensibilidade
  4. Usando o Contato Afetivo
  5. Garantindo um Sono Seguro, Física e Emocionalmente
  6. Provendo Cuidado Consistente e Amoroso
  7. Praticando a Disciplina Positiva
  8. Mantendo o Equilíbrio entre a Vida Pessoal e Familiar

Este é o primeiro post de 8 que contarei para vocês como os métodos são aplicados aqui em casa. Reforço que não se trata de um manual, apenas o relato da minha experiência quanto à criação da nossa filha.

Criação com apego

Criação com apego

Criação com apego

Criação com apego

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Um abraço,

Mari.

Desfralde

5 de novembro de 2014

Como aconteceu por aqui? Vou contar para vocês.

Iniciei o desfralde da minha filha em dezembro de 2011, na estação mais quente do ano e durante as férias do meu trabalho, para melhor acompánha-la nesta fase. Nesta época, ela estava com 1 ano e 11 meses. O meu planejamento era para que na sua festa de aniversário de 2 anos ela já estivesse sem fraldas. Porém, aconteceu do meu pai ficar internado por problemas de saúde, e com isso acabei voltando para as fraldas. Eu estava tão nervosa e ansiosa, que temi descontar na pequena.

Desfralde

Passadas algumas semanas, quando meu pai teve alta do hospital e os ânimos da família se acalmaram, retomei o desfralde.  Insisti em realizar o desfralde no verão, pois no calor a quantidade de roupas é menor (isso quando ela não andava só de calcinha pela casa), além do que nesta época as roupas lavadas secam mais rapidamente. E todos nós sabemos que, durante o desfralde, o número de roupinhas para lavar aumenta bastante.

A princípio me parecia impossível fazer uma criança tão pequena usar o banheiro. Dois itens me ajudaram bastante, o tradicional peniquinho e o adaptador de assento. Para facilitar o processo, a disciplina começou em mim antes de passar para ela: de tempos em tempos (não sei precisar quanto tempo, algo intuitivo), a levava ao banheiro para fazer xixi. E quando percebia que ela queria fazer cocô eram horas ao seu lado, contando historinhas de livros infantis ou de revistas em quadrinhos.

No início aconteceram alguns escapes, e estes sempre aconteciam nas situações mais embaraçosas. Eu a levava ao banheiro, ela fazia aquele pouquinho de xixi e quando menos esperávamos, ela fazia aquele montão. Aconteceu no restaurante e até no sofá da vizinha (que vergonha!). Mas, precisamos ter paciência e entender que faz parte do processo. Me lembro que a única vez que me irritei foi em um restaurante, quando o garçom acabara de chegar com o nosso almoço. Mas, um dos segredos para o sucesso do desfralde é não nos irritarmos e/ou demonstrarmos frustação quando os escapes acontecem. Em toda as outras vezes, meu marido e eu levamos na esportiva e comemorávamos quando ela conseguia segurar até chegar ao banheiro.

Uma brincadeira que fazia e que dava supercerto, despertando a curiosidade dela, era: “Que cor será que o xixi vai vir agora? Rosa? Azul? Amarelo?” E após fazer o xixi ela dizia risonha: “Amarelo!!!”. Passado um tempo, me recordei da situação e brinquei com ela, então ela respondeu: “Amarelo mamãe, xixi é amarelo!”. Como nossas crianças crescem rápido!!!

Outra dica é criarmos uma relação com os pequenos a ponto de prever quando está “na hora” de irem ao banheiro. Levar na bolsa muitas trocas, também ajuda.

Os escapes aconteceram por volta do primeiro mês, no segundo eles praticamente não existiram.

Cheguei a usar a fraldas Pull-Ups, aquelas que vestem como calcinha/cueca, mas não gostei, porque a minha filha não entendia este produto como calcinha, mas como uma fralda comum. E, sempre que tirava a fralda pela primeira vez para ir ao banheiro, ela nunca vestia justinha como durante o primeiro momento de uso.

Durante o desfralde diurno, percebi que ao acordar (por volta das 06h da manhã) sua fralda ainda estava seca. Com isso, ao invés de voltar a dormir, a levava ao banheiro ainda dormindo. Ela fazia xixi sem mesmo abrir os olhos. Então, rapidamente decidi fazer o desfralde noturno também. Com 2 anos e quase 2 meses, ela já não usava fraldas nem durante o dia e nem durante a noite.

O desfralde parece ser um bicho de 7 cabeças porque trata-se do controle esfincteriano, palavra que dá a impressão de algo difícil até para nós, adultos. Mas, assim como seu filho deverá prestar atenção em seu próprio corpo nesta fase, concentre-se para sentir as necessidades do seu filho(a). Sempre que levá-lo(a) ao banheiro, aproveite para fazer xixi também, assim, quando sentir que está ficando com vontade de ir ao banheiro, saberá que é hora de levá-lo(a). Apetrechos musicais e luminosos, como alguns troninhos e peniquinhos, podem ajudar, mas não são essenciais.

E, a última dica, é ter muito, muito carinho para acompanhar esta fase do seu bebê, que está crescendo rapidamente.

Um abraço,

Mari.

Poucos dias após escrever o post sobre o aniversário de 1 ano do Blog Desafio Mamãe, onde digo que a grande razão pela existência do Blog é, e sempre foi, o infindável amor que sinto pela minha filha, uma publicação no Facebook me chamou muito a atenção. A postagem foi de uma colega que tem uma filha linda, com pouco menos de 2 anos, que dizia: “Devo minha felicidade a esse tratamento! Graças a ele, minha Gabi veio ao mundo! (…) Muito bom ler esse artigo e ver que venci tudo isso”. Ela estava falando sobre um tratamento de fertilização.

A Daniela, mamãe da Gabi, tentou engravidar durante 2 anos sem sucesso, até que fez um tratamento e conseguiu. E esta curta postagem no Facebook, fez a minha cabeça e o meu coração, principalmente, fervilhar. Pensei em todas as mulheres que já conheci que demoraram e outras que ainda não conseguiram engravidar, que fazem de tudo para ter um bebê. E fiquei emocionada ao me atentar que o amor por um filho, este amor inexplicável e infinito, começa antes mesmo de termos o bebê em nossos braços.

Quando planejamos ter um filho (acesse o post sobre o planejamento do nosso bebê, aqui), o amor por ele, passa a existir a partir daí, deste momento. A divina vontade de gerar uma vida, preservar por ela e de abdicar de todas as nossas até então prioridades, para satisfazer a necessidade do outro, é o amor por um filho que brota no nosso coração.

Mas, de que tratamento estamos falando? É o tratamento de imunização com linfócitos paternos (ILP) para casos de abortamentos de repetição de causa aloimune. Explicando melhor:

“O sistema imune materno possui mecanismos para reconhecimento da carga genética diferente de um feto, e com isso, consegue protegê-lo contra a destruição. Há, portanto, a produção de anticorpos bloqueadores que protegem o embrião recém-implantado no útero. Este tipo de resposta recebe o nome de aloimunidade.

Quando não existe grande variabilidade genética entre o homem e a mulher, mesmo que eles não sejam parentes, tais anticorpos não são produzidos, deixando o embrião suscetível ao ataque do sistema imune.

Sendo assim, o embrião tem maior chance de ser destruído pelo sistema imune da mãe e o quadro clínico em tais casos poderá ser reconhecido como abortamento de repetição. A avaliação da presença de tais anticorpos é feita com um exame denominado Cross-Match, que pesquisa a existência de anticorpos contra linfócitos paternos no sangue da mãe.

Assim, para tais casos, existe um tratamento imunológico baseado na utilização de vacinas produzidas com linfócitos presentes no sangue do pai, que são injetados no organismo da mãe com o intuito de estimular, por uma via diferente, a produção de anticorpos contra o HLA paterno, que poderão, assim, ter o efeito protetor numa gravidez.”

Texto retirado do RDO Diagnósticos Médicos.

A Daniela também tem um Blog onde conta a sua história, desde o início do namoro com o papai da Gabi, passando por todas angústias com o tratamento e a felicidade de quando engravidou, até os dias de hoje. Clique aqui para acessá-lo.

Além deste, existem outros problemas e outros tratamentos para fertilidade. Mas, a principal mensagem que quero trazer com este post não é sobre as causas e tratamentos da fertilidade, mas sobre o que acontece antes, o amor pelos filhos que fazem mulheres procurar por um tratamento de fertilidade.

Através da imagem da Daniela com sua filha, fica a certeza de que vale a pena qualquer sacrifício para termos um filho. Vale a pena todos os incômodos da gravidez e vale a pena cada minuto dedicado a eles por todo o resto de nossas vidas.

Tratamento de fertilização

Concordam comigo?

A Daniela Unterkircher é de São Paulo, capital. Obrigada Daniela, por ser nossa Colaboradora, dividindo conosco a sua história.

Um abraço,

Mari.