Meu marido e eu decidimos mudar de casa em dezembro de 2012. O processo de escolha da casa nova, compra e venda casada e mudança ocorreram rápido. Por isso, em maio de 2013 fizemos a nossa mudança.
Como não contratamos o serviço de encaixotamento, este serviço foi realizado por mim. Não fizemos a contratação deste serviço por dois motivos: primeiramente, quando nós mesmos encaixotamos os nossos pertences, conseguimos doar ou até descartar muitas coisas que estavam guardadas e que não usávamos. Em segundo lugar, decidimos que eu realizaria o trabalho pelo alto preço cobrado e dúvida de como este serviço seria executado por terceiros.
Com a ajuda do guia de mudanças escrito e baseado na experiência da Thais Godinho, do Blog Vida Organizada (para acessar o post completo, clique aqui), empacotei tudo para a mudança em um mês.
A minha filha esteve presente durante todo o processo. Ao procurarmos uma nova casa, sempre a levávamos e brincávamos com ela a respeito da escolha do seu novo quarto. Ao encaixotar tudo para a mudança, explicava para ela que as caixas seriam transportadas e abertas na nova casa. Sempre que falávamos sobre a mudança, ela reagia de forma bastante natural e feliz.
Por isso, achávamos que ela teria assimilado a mudança como algo bom, sem afetar a sua segurança. Porém, sem relacionarmos um fato com o outro, percebi que ela começou a chorar para ir para a escola. Ao prepará-la para sair de casa pela manhã, ela dizia que não queria ir e que queria ficar na casa nova com a mamãe.
Foram 15 dias de investigação sobre o que pudesse estar errado na escola, cheguei até mesmo pensar que ela teria regredido no processo de adaptação, pois trocou de escola naquele ano. Mandei bilhetes e conversei com a professora sobre a reação dela durante o período em que estava na escola, mas nenhum episódio justificava seu comportamento.
E logo depois de uma oração, em um momento de real aflição, encontrei na Web uma matéria do Dr. Drauzio Varella sobre o choro da criança no momento de ir para a escola (ou em outras situações de separação dos pais). De acordo com a matéria, os pais devem observar se o choro é efeito de uma mudança na rotina da criança, seja pela separação dos pais, o nascimento do irmãzinho e etc. Bazinga! rs.
Como um insight lembrei-me que o choro passou a ocorrer logo depois da nossa mudança, e também me dei conta de que a maior parte das suas coisas ainda estavam encaixotadas. E isso não aconteceu propositalmente, mas porque dei prioridade para desencaixotarmos os utensílios de uso diário, como os utensílios de cozinha. Além disso, o quarto da minha filha ainda não estava pronto, já que foi o único cômodo da casa que decidi pintar as paredes e trocar a porta.
No dia seguinte, dei inicio a um processo de arrumação de um quarto para os seus brinquedos. Nele acomodei seus móveis ainda de bebê (com exceção da mini-cama) e seus brinquedos. Após a abertura, pedia para que ela mesma tirasse seus pertences de dentro da caixa. E a cada brinquedo que ela encontrava, exclamava com alegria. Durante este processo, expliquei para ela que tudo o que tínhamos na casa antiga estava ali na casa nova, e que tudo seria como sempre foi.
Como morávamos em um condomínio fechado com muitas crianças, fez parte do processo de adaptação da minha filha à nova casa, chamar seus amiguinhos para vir brincar com ela. Após a visita, ressaltava que seus amiguinhos não “sumiram”, que eles continuariam presentes em sua vida.
A partir daquele momento, o choro da minha filha para ir para escola se extinguiu. Voltei a conversar com a professora para esclarecer o que estava afligindo a minha filha, e a professora citou que realmente, em diversos momentos na escola, ela falava sobre a mudança de casa. E citou que esses comentários nem sempre faziam parte do contexto.
Contudo, aprendi que em qualquer mudança na rotina, devemos dobrar a atenção sobre nossos filhos, pois as crianças têm dificuldades para expressar sentimentos. Elas não sabem nomear as próprias emoções, dependem dos adultos para dar o significado daquilo que se chama ansiedade, saudade e insegurança.
E você, já se mudou de residência tendo crianças pequenas? Como foi a reação do seu filho(a) e como lidou com isso? Comente ou Seja Colaboradora.
Abraços, Mari.