Paiciência

4 de dezembro de 2023

Antes da pandemia, eu e meu esposo éramos um casal de pais que trabalhava fora, algo diferente da minha própria infância. Fui criada por uma mãe que não trabalhava fora, mas estava constantemente ocupada com os afazeres domésticos, enquanto meu pai exercia atividades profissionais fora de casa. Como contei anteriormente aqui no Blog Desafio Mamãe, a pandemia abriu a oportunidade para eu adotar o home office, permitindo-me passar mais tempo com as minhas filhas. Ao longo de três anos e meio, pude acordá-las, almoçar com elas diariamente, buscá-las ou levá-las à escola com maior frequência. Troquei o tempo de deslocamento entre casa e trabalho pelo privilégio de acompanhar de perto o crescimento e desenvolvimento delas.

Desde o dia 21 de agosto, tenho adotado um esquema de trabalho híbrido, o que implica em ir ao escritório três vezes por semana, com sorte, duas vezes por semana. O aspecto que mais me preocupa é o desperdício de tempo durante os deslocamentos entre casa e trabalho, tempo que poderia ser melhor utilizado ao lado das minhas filhas.

Compreendo que muitos pais, mães e responsáveis por crianças podem não ter tido ou não têm a mesma oportunidade que eu tive. Dentro desse contexto, gostaria de compartilhar a resenha de um livro que aborda esse tema específico. O livro “Paiciência – Lições práticas de uma família inspiradora e nada convencional”, lançamento da Editora Gente, apresenta, de maneira cativante e sensível, a realidade da paternidade, abordando os desafios, aprendizados e a importância de estar presente na vida dos filhos.

Paiciência

Geninho, casado há 15 anos com Eduardo Domingos, conduz o leitor pelo cotidiano de sua família, proporcionando uma visão envolvente desde a adoção da primeira filha até o acolhimento de seus quatro irmãos. A obra oferece uma perspectiva profunda e sensível sobre a paternidade adotiva, celebrando a diversidade.

“Na corrida incessante da vida adulta, é compreensível que, para nossos filhos, o que fazemos durante o dia seja um mistério, obscurecido por longas horas e compromissos aparentemente intermináveis. Para eles, parece que os adultos trabalham incansavelmente por um cartão mágico que compra todas as coisas desejadas.
Recordando a infância, assisti a um vídeo recente em que uma criança questionava a mãe sobre o motivo de tanto trabalho. Imediatamente, voltei ao passado: minha mãe, criando três filhos sozinha, saindo de casa enquanto eu ainda dormia, retornando quando eu já estava na cama, e nos finais de semana, continuava trabalhando. O vídeo destacou um diálogo revelador entre uma criança e sua mãe, questionando por que ela não passava mais tempo ao lado dele, questionando: “Para que você quer mais?”
A infância valoriza o tempo presente, não contaminada pelo medo e incertezas do futuro. É à presença de qualidade que me refiro quando cito a importância de estar com seu filho. Este é o presente que ele deseja, e o que eu desejava na minha infância, mas não sabia explicar.
Atualmente, as crianças são facilmente distraídas por uma miríade de opções de entretenimento, enquanto os pais, ausentes, recorrem à televisão, celular e videogames. Esses brinquedos acumulam-se, fazendo-nos esquecer do que realmente importa.
A infância é curta, e todos nós deixamos de ser crianças um dia. Embora um brinquedo possa deixar seu filho feliz, nossas percepções de valor diferem. A criança quer o brinquedo, mas a longo prazo, é a presença real dos pais que fará falta quando ele se tornar um adulto, preenchendo um vazio com coisas e usando o tal cartão mágico.”

Sobre Geninho Goes

Geninho Goes é autor do livro “Paiciência na Prática” e criador do movimento homônimo que inspira pais nas redes sociais. Junto a seu companheiro Eduardo Domingos, tornou-se pai de cinco crianças da noite para o dia, com desafios desde a fralda até o absorvente. Empresário, abdicou de um importante cargo (Secretário de Turismo de Balneário Camboriú) para se dedicar à família. Seus filhos estudam em escola pública e, para os itens da lista, não precisarão do cartão, pois Geninho sabe que esses itens custam tempo.

Sobre “Paiciência”

O livro é um convite a todos os pais a refletirem sobre o amor, a paciência e a importância de uma paternidade presente. Aborda situações cada vez mais comuns, como a dificuldade de conciliar responsabilidades diárias com a educação dos filhos, a falta de tempo para o autocuidado e as dificuldades enfrentadas pelas mães. Por fim, Geninho conclui: “Esta obra é um jeito de amenizar uma dor que vivemos e quebrar nossos ciclos, dos nossos filhos e dos leitores”.

Se você busca inspiração, compreensão e uma dose de paiciência em sua própria jornada parental, não perca a oportunidade de explorar as páginas desta obra única!

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Um abraço,

Nenê do Zap

5 de maio de 2022

Conheci o Nenê do Zap em 2020, durante a pandemia do novo coronavírus. O projeto, sem fins lucrativos, incentiva as conversas e a interação de pais, mães e cuidadores com crianças do nascimento aos seis anos. Usando as redes sociais de forma divertida, o personagem envia dicas de como interagir positivamente com bebês e crianças, além de dar informações sobre essa fase tão importante da vida.

As experiências e descobertas vividas na primeira infância são fundamentais para o desenvolvimento humano. Brincadeira e afeto são tão importantes quanto cuidados básicos, como saúde e higiene, e devem ser estimulados desde a gestação. Com sua fofura e esperteza, o Nenê do Zap leva conteúdo sobre a infância e inspira os adultos a participar bem de perto da vida dos pequenos.

Nesta semana, que antecede o Dia das Mães, dá só uma olhada na dica do Nenê do Zap!

Nenê do Zap

O Nenê do Zap tem toda a razão! Para um Dia das Mães (e todos os outros dias) mais leve, precisamos de apoio. Querer dar conta de tudo é prejudicial para a nossa mente e para o nosso corpo.

O Nenê do Zap é um projeto da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)

Para falar com o Nenê é só mandar um oi aqui ou pelo número (11) 99743-8964 para o Nenê mandar mensagens pra você.

O Nenê do Zap também está no Twitter e Instagram.

E, feliz Dia das Mães.

Um abraço,

 

Preciso falar com vocês sobre Criação Neurocompatível. Criação Neurocompatível é um movimento de ativismo pelo desenvolvimento infantil que reúne pais, mães e profissionais interessados nas condições ideais pelas quais os cérebros humanos se desenvolvem e funcionam. É fundamentada pelas ciências: Psicologia Evolutiva, Antropologia e Neurobiologia. Mas, antes de falar como descobri e a diferença que fez este modelo de educação que respeita o desenvolvimento do cérebro do(a) nosso(a) filho(a), preciso falar sobre Criação com apego.

O nome Criação com apego (do inglês Attachment Parenting – AP) esteve na moda em meados de 2015 e me orgulho de ter criado nossa primogênita de acordo com seus princípios. Tal qual como eu fui criada, a Criação com apego promove práticas de criação que criam vínculos emocionais fortes e saudáveis entre pais e filhos. A prática atende às necessidades da criança de confiança, empatia e afeição, provendo a base para uma vida repleta de relacionamentos saudáveis (veja mais aqui).

Em 2015, trouxe posts relacionando a minha experiência na criação da nossa filha – até então filha única – com os quatro primeiros princípios da Criação com apego. Vale a leitura, mas como diz a própria API: “Pegue o que funciona para a sua família e deixe o resto”.

Com o nascimento da nossa caçula, os posts ficaram escassos em quantidade e por isso acabei não trazendo os posts com os outros quatro últimos princípios da Criação com apego.

De acordo com a API – Attachment Parenting International, os 8 princípios da Criação com apego são:

  1. Preparando para a Gestação, Nascimento e Criação
  2. Alimentando com Amor e Respeito
  3. Respondendo com Sensibilidade
  4. Usando o Contato Afetivo
  5. Garantindo um Sono Seguro, Física e Emocionalmente
  6. Provendo Cuidado Consistente e Amoroso
  7. Praticando a Disciplina Positiva
  8. Mantendo o Equilíbrio entre a Vida Pessoal e Familiar

Após a introdução sobre Criação com apego, chegou a hora de falar sobre Criação Neurocompatível. Descobri este modelo de educação em meados de junho de 2020 quando estávamos em quarentena decretada pelo Estado de São Paulo para evitarmos a propagação da COVID-19.

Na época, muitas companhias – como a minha – liberaram o trabalho remoto e as crianças passaram a ter aula online. Estava vivendo a loucura de trabalhar ao mesmo tempo em que minhas filhas faziam aula online. A Maria Eduarda, com recém completados 10 anos, saiu-se bem logo após as primeiras semanas. Já a Maria Julia, com 3 anos, não se adaptou.

Acabara de trocar a Maria Julia de escola. Em 2020 ela iniciou na mesma escola em que a irmã estuda até hoje, com turmas da educação infantil ao ensino médio. E, por mais que a pandemia tenha pego todos nós de surpresa, senti que a coordenação da educação infantil não teve empatia com os alunos e que, mais importante do que escutar o aluno, foi prosseguir com o planejamento conteudista do início do ano. Foi neste momento, quando a Maria Julia e eu surtávamos em esquema de revezamento, que senti que apenas os princípios da Criação com apego não me bastavam.

Assim, o algoritmo da rede social Instagram me levou até o perfil da Márcia Tosin, especialista em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva, fundadora do maior movimento de educação baseado em Psicologia Evolutiva do país. Em 2017, Márcia Tosin foi reconhecida internacionalmente e concorreu ao Prêmio BID na França pela rapidez que suas publicações viralizaram nas redes.

Não foi preciso uma consulta com a psicóloga, apenas entendi os seus princípios através das suas postagens da rede social Instagram para melhorar grandemente a minha relação com minhas filhas, principalmente com a Maria Julia, que rebelava-se durante a aula online. Entendi que, a maneira como foram conduzidas as aulas online para as crianças de 3 anos não estava ajudando-as no processo de aprendizagem. Contudo, a Maria Julia continuou matriculada na escola, mas reportei à coordenação que a partir daquele momento ela não participaria mais das aulas online.

A Criação Neurocompatível desperta nossa olhar para não repetir uma educação do passado, nos faz entender – dia após dia – o comportamento das crianças e suas ações, possibilita uma criação compatível com as normas biológicas da nossa espécie e nos ajuda a criar uma atmosfera positiva reforçando o lar como porto seguro.

Diariamente eu aprendo, eu mudo e eu cresço buscando criar humanos incríveis.

Saiba mais sobre o modelo de educação NC: neurocompativel.com.br | Márcia Tosin no Instagram.

Um abraço,