Preciso falar com vocês sobre Criação Neurocompatível. Criação Neurocompatível é um movimento de ativismo pelo desenvolvimento infantil que reúne pais, mães e profissionais interessados nas condições ideais pelas quais os cérebros humanos se desenvolvem e funcionam. É fundamentada pelas ciências: Psicologia Evolutiva, Antropologia e Neurobiologia. Mas, antes de falar como descobri e a diferença que fez este modelo de educação que respeita o desenvolvimento do cérebro do(a) nosso(a) filho(a), preciso falar sobre Criação com apego.

O nome Criação com apego (do inglês Attachment Parenting – AP) esteve na moda em meados de 2015 e me orgulho de ter criado nossa primogênita de acordo com seus princípios. Tal qual como eu fui criada, a Criação com apego promove práticas de criação que criam vínculos emocionais fortes e saudáveis entre pais e filhos. A prática atende às necessidades da criança de confiança, empatia e afeição, provendo a base para uma vida repleta de relacionamentos saudáveis (veja mais aqui).

Em 2015, trouxe posts relacionando a minha experiência na criação da nossa filha – até então filha única – com os quatro primeiros princípios da Criação com apego. Vale a leitura, mas como diz a própria API: “Pegue o que funciona para a sua família e deixe o resto”.

Com o nascimento da nossa caçula, os posts ficaram escassos em quantidade e por isso acabei não trazendo os posts com os outros quatro últimos princípios da Criação com apego.

De acordo com a API – Attachment Parenting International, os 8 princípios da Criação com apego são:

  1. Preparando para a Gestação, Nascimento e Criação
  2. Alimentando com Amor e Respeito
  3. Respondendo com Sensibilidade
  4. Usando o Contato Afetivo
  5. Garantindo um Sono Seguro, Física e Emocionalmente
  6. Provendo Cuidado Consistente e Amoroso
  7. Praticando a Disciplina Positiva
  8. Mantendo o Equilíbrio entre a Vida Pessoal e Familiar

Após a introdução sobre Criação com apego, chegou a hora de falar sobre Criação Neurocompatível. Descobri este modelo de educação em meados de junho de 2020 quando estávamos em quarentena decretada pelo Estado de São Paulo para evitarmos a propagação da COVID-19.

Na época, muitas companhias – como a minha – liberaram o trabalho remoto e as crianças passaram a ter aula online. Estava vivendo a loucura de trabalhar ao mesmo tempo em que minhas filhas faziam aula online. A Maria Eduarda, com recém completados 10 anos, saiu-se bem logo após as primeiras semanas. Já a Maria Julia, com 3 anos, não se adaptou.

Acabara de trocar a Maria Julia de escola. Em 2020 ela iniciou na mesma escola em que a irmã estuda até hoje, com turmas da educação infantil ao ensino médio. E, por mais que a pandemia tenha pego todos nós de surpresa, senti que a coordenação da educação infantil não teve empatia com os alunos e que, mais importante do que escutar o aluno, foi prosseguir com o planejamento conteudista do início do ano. Foi neste momento, quando a Maria Julia e eu surtávamos em esquema de revezamento, que senti que apenas os princípios da Criação com apego não me bastavam.

Assim, o algoritmo da rede social Instagram me levou até o perfil da Márcia Tosin, especialista em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva, fundadora do maior movimento de educação baseado em Psicologia Evolutiva do país. Em 2017, Márcia Tosin foi reconhecida internacionalmente e concorreu ao Prêmio BID na França pela rapidez que suas publicações viralizaram nas redes.

Não foi preciso uma consulta com a psicóloga, apenas entendi os seus princípios através das suas postagens da rede social Instagram para melhorar grandemente a minha relação com minhas filhas, principalmente com a Maria Julia, que rebelava-se durante a aula online. Entendi que, a maneira como foram conduzidas as aulas online para as crianças de 3 anos não estava ajudando-as no processo de aprendizagem. Contudo, a Maria Julia continuou matriculada na escola, mas reportei à coordenação que a partir daquele momento ela não participaria mais das aulas online.

A Criação Neurocompatível desperta nossa olhar para não repetir uma educação do passado, nos faz entender – dia após dia – o comportamento das crianças e suas ações, possibilita uma criação compatível com as normas biológicas da nossa espécie e nos ajuda a criar uma atmosfera positiva reforçando o lar como porto seguro.

Diariamente eu aprendo, eu mudo e eu cresço buscando criar humanos incríveis.

Saiba mais sobre o modelo de educação NC: neurocompativel.com.br | Márcia Tosin no Instagram.

Um abraço,

O ano de 2020 foi marcado pela pandemia do novo coronavírus. Não foi fácil para ninguém. Por outro lado, este ano trouxe lições e serviu para nos lembrar que precisamos dar valor àquilo que há de mais precioso: aqueles que amamos. Mais do que nunca, é tempo de comemorar a vida, espalhar o amor e semear a esperança.

Quem acompanha a nossa história através do Blog Desafio Mamãe sabe o quanto gostamos da data, que além de celebrar o nascimento de Jesus, nosso Salvador, alimentamos sua magia montando árvore de Natal (como contei aqui), estimulando a contagem regressiva com o uso do calendário do Advento (como contei aqui),  alimentando a fantasia sobre o Papai Noel (como contei aqui) e fazendo ensaios fotográficos e participando de eventos natalinos desde o nascimento da nossa caçula (2016, 2017, 2018, 2019 e 2020).

Neste ano, fomos obrigados a nos adaptar a realidade do distanciamento físico também no Natal. Por isso, procurei uma surpresa para alegrar as crianças nesta noite que não pode deixar de ser uma noite feliz. A surpresa é: uma mensagem personalizada do Papai Noel.

O site responsável pela criação do vídeo é o elfisanta.com.br. O vídeo é enviado para o e-mail informado em no mínimo 2 horas e no máximo 7 dias do processamento do pedido, a depender da opção de pagamento.

Dá só uma olhada como ficou nosso vídeo conjunto (para duas crianças), com foto e nome das minhas filhas, uma mensagem de vídeo 100% única.

A mensagem personalizada do Papai Noel emocionou a todos nós, crianças e adultos, e alegrou o nosso Natal.

Um Feliz Natal!

Um abraço,

Contei para vocês no post Por que optamos pela terapia fonoaudiológica? o principal motivo pelo qual a Maria Eduarda voltou para as terapias de fonoaudiologia: as trocas acentuadas de letras na escrita. Agora, não que eu não me preocupe com as dificuldades da nossa primogênita, mas a troca de letras na fala da Maria Julia também tem me preocupado.

Assim, mais uma vez, conto com a ajuda da fonoaudióloga e especialista em linguagem e desenvolvimento infantil Raquel Luzardo para nos explicar quando é normal a troca de letras na primeira infância.

Crédito da imagem: Freepik

“Seu filho costuma trocar algumas letras quando está falando? Fique tranquila, isso é normal: faz parte da construção da fala e pode durar até os 4 anos de idade. Mas como saber que o caso do seu filho merece uma atenção especial?

Isso acontece devido a dificuldade na produção de sons. Como a fala é aprendida progressivamente, os especialistas precisam notar se determinada dificuldade é ou não esperada na idade do seu filho.

O fonema /r/ é um dos que a criança tem mais dificuldade para falar, por exemplo: palavras como parede podem virar paiede, assim como prato pode estar sendo pronunciado como pato.

Por que meu filho fala errado?

Esse impedimento na fala pode ter várias causas. Ela pode ser neurológica, quando áreas do sistema nervoso podem apresentar lesões, dificultando a transmissão de impulsos nervosos para a musculatura responsável pela fala. Essa situação é comum em crianças com lesões motoras, como distrofia muscular e paralisia cerebral.

Se a causa for músculo-esqueletal, deformidades e alterações do músculo da fala, como língua e músculos da face, pode prejudicar a fala do seu filho, como em casos de fissuras labiais e palatais.

Sem exigir nada!

Mas precisa manter um equilíbrio. Você não pode exigir do seu filho aquilo que a idade não permite. Se até os 4 anos ele estiver falando errado e não existem causas físicas, você deve ajudá-lo a melhorar a fala. Geralmente são casos que precisam de fonoaudiólogo, mas um bom exercício na sua rotina já pode ajudar muito.

Por exemplo, se a criança diz O caio da mamãe quebo (O carro da mamãe quebrou), eu repetirei a mesma frase, mostrando que compreendi o que ela queria dizer e, ao mesmo tempo, dando-lhe o padrão de pronúncia correta: “Puxa! O carro da mamãe quebrou?”

Se sua reação for não aceitar que ela está falando errado por conta da idade, isso pode prejudicar muito a autoestima, deixando seu filho inseguro para falar. Pior ainda, a criança pode criar, de si mesma, uma imagem negativa de falante e passar a evitar situações de comunicação.

Cada um no seu tempo

A fala pode começar a surgir por volta dos 12 meses, mas como cada bebê tem seu tempo, alguns arriscam as primeiras palavras com 9 ou 10 meses. Dos 12 aos 18 meses é a variação de tempo esperada para as primeiras palavras da criança.

Mas, se seu filho passou dos 2 anos e ainda não começou a falar, procure um fonoaudiólogo para uma avaliação! Não precisa ficar esperando até os 2 anos de idade para se saber se uma criança terá problemas em relação à fala. Observe se seu bebê gosta de brincar com sons, como se estivesse falando sozinho. Verifique se, apesar de não falar, ele é comunicativo.”

Raquel Luzardo, casada com o Yan e mãe do Gabriel, é Diretora da Clínica FONOterapia com atuação em atendimento infantil, orientação familiar e assessoria escolar.