Que o hábito de ler é fundamental quase todo mundo já sabe. O que muita gente ainda não sabe é que as histórias em quadrinhos podem ser grandes aliadas no desenvolvimento deste hábito nas crianças. Aliás, existem outros importantes motivos para você inserir já as HQs na vida das crianças. Os desenhos animados também podem ser grandes companheiros na infância, mas estes requerem certa atenção.

Por que quadrinhos e animações são aliadas das crianças?

Reestreando a série de posts da fonoaudióloga, quem explica é a especialista em linguagem e desenvolvimento infantil e diretora da clínica FONOterpia, Raquel Luzardo.

1. Aumento do vocabulário

A leitura dos quadrinhos desperta na criança o prazer pela leitura, mas mais que isso, aumenta também o repertório de palavras dos pequenos que são incentivados por elementos lúdicos como cores, personagens, sons onomatopeicos e a identificação com personagens.

2. Exercita a criatividade

Enquanto folheiam as páginas, mesmo as crianças ainda não alfabetizadas são submetidas ao exercício de criar já que passam a inventar suas próprias narrativas, personagens e ações. Quando contam essas histórias para um adulto, por exemplo, as crianças se sentem incentivadas e não colocam limites nas suas ideias.

3. Compreensão do cotidiano

A televisão é reconhecida como uma atividade de lazer para as crianças, paralela às brincadeiras infantis. Grande parte dos desenhos animados tem como objetivo representar situações cotidianas que a criança habitualmente vivencia. Ao ver, nos desenhos, como os personagens se comportam, se torna mais fácil para a criança ter seus primeiros entendimentos sobre senso crítico, noção de certo e errado e do bem e mal. Mas diferentemente da brincadeira, em frente à TV a criança fica passiva, tendo o prejuízo da falta de interação. Outro ponto a se prestar atenção é a faixa etária da criança. As vezes o desenho animado pode conter um nível de violência ou linguagem inapropriada a idade da criança.

Raquel Luzardo, fonoaudióloga, especialista em linguagem, diretora da Clínica FONOterapia, atua há mais de 19 anos em atendimento infantil, orientação familiar e assessoria escolar. Casada com o Yan e mãe do Gabriel, acredita que a comunicação é a ferramenta para as relações acontecerem de forma plena e feliz!

Calendário do Advento

24 de dezembro de 2018

Hoje é véspera de Natal, e como vocês puderam perceber através dos posts Ensaio Fotográfico de Natal (onde conto sobre o significado da data para mim e para a minha família), Sobre a Árvore de Natal (onde falo sobre tal tradição), Papai Noel Existe? (onde explico porquê alimento a fantasia sobre o Papai Noel) e Visita ao Papai Noel (quando trouxe a dica de passeio imperdível para quem mora nos grandes centros urbanos), esperamos ansiosamente pelo Natal e pela chegada do Papai Noel.

E, para estimular a contagem regressiva para esta data tão esperada, utilizo o calendário do Advento.

De acordo com a Wikipedia, o calendário do Advento vem dos Luteranos alemães, que, ao menos até o começo do século XIX, faziam a contagem regressiva para o dia da Véspera de Natal. O calendário tradicional consiste em dois pedaços de cartolina sobrepostos. Vinte e quatro janelas são cortadas na camada superior com um número entre 1 e 24 em cada uma delas. Começando no primeiro dia de dezembro, uma janela é aberta a cada dia, fazendo a contagem regressiva até a noite de Natal. Cada compartimento mostra uma imagem que pode ser tanto sobre o Natal ou o nascimento de Cristo quanto cenas relacionadas à festa de Natal, como bolas, pinheiros e estrelas.

O nosso calendário do Advento foi feito de feltro com pequenos bolsos que são preenchidos com doces. Um jeito criativo para estímulo das pequenas! ♥

Calendário do Advento

E você, gostou da ideia de estimular os pequenos a acompanhar o tempo através do calendário do Advento?

Um feliz Natal!

Um abraço,

Hoje não é raro ver bebês e crianças utilizando celulares e tablets. É preciso proibir?

Num mundo cada vez mais conectado, não é raro a gente ver bebês manuseando celulares, tablets e outros aparelhos com tela, não é mesmo? Mas o que pode ser uma distração para eles e um momento de alívio ou intervalo para pais cansados ou atarefados, também pode prejudicar o desenvolvimento da criança quando utilizados em excesso. Assim como ficar horas em frente a televisão, assistir celular e tablet por muito tempo pode atrapalhar. O uso desses aparelhos deve ser sempre utilizado com moderação e supervisão de um adulto para não ter problema. Proibir o acesso pode não ser o caminho mais adequado, mas o uso saudável pode até ser benéfico. O que recomendo é estabelecer regras – limitar o tempo que a criança utiliza o aparelho e monitorar sempre.

Os aparelhos portáteis estão em todos lugares hoje em dia, mas se você deixa a criança com o tablet indiscriminadamente, por tempo indeterminado e sem supervisão, pode em alguns casos resultar num isolamento social da criança porque esses aparelhos não favorecem a interação com o outro. Muitos pais têm o raciocínio errôneo de que com essas telas estão estimulando a criança, mas esses equipamentos não promovem a interação com as pessoas. As crianças precisam do outro para se comunicar, verbalizar, testar, experimentar e, os jogos e aparelhos eletrônicos não possibilitam essa troca. Ainda não temos dados suficientes para ver até que ponto toda essa digitalização vem ser mais ou menos benéfica para as crianças. O que sabemos até o momento é que, para distrair oupara não frustrar, os pais fazem uso do celular tanto dando na mão da criança quanto usando eles próprios enquanto estão com os filhos, perdendo um tempo precioso de contato visual, vínculo afetivo e integração familiar. Usar eletrônicos mais tempo do que o recomendado para cada faixa etária pode trazer prejuízos para o ser em formação. Um exemplo, é usar o celular na hora de deitar, danificando a rotina saudável do sono prolongando indevidamente o horário de dormir (essencial para o cérebro).

Vou deixar aqui algumas dicas na hora que a criança for utilizar esses aparelhos

  • Acompanhe o que ela assiste, tanto como companhia quanto como guia. Os pais podem conversar sobre o que estão vendo, do mesmo jeito que faz quando lê um livro ou explica um ambiente diferente;
  • Escolha os jogos e vídeos de acordo com a faixa etária. Por exemplo, muitos jogos e programas são rápidos, confusos e barulhentos demais para quem é muito pequeno e podem ser assustadores. Prefira sites educativos;
  • Escolha jogos que permitam que mais de uma pessoa jogue ao mesmo tempo e que estimulem a interação entre os participantes;
  • Escolha jogos ou vídeos que não causem grandes excitação perto da hora de dormir, para que não haja interferência no sono;
  • Escolha programas que estimulem vocabulário e noções básicas de matemática por meio de brincadeiras e associações que podem incluir compreensão auditiva, causa e efeito, opostos – como noções de grande e pequeno – e reconhecimento de cores e formas;
  • Controle o tempo – Se você decidir deixar seu filho brincar com seu tablet ou telefone, 15 ou 20 minutos são mais que suficientes para bebês de 1 a 2 anos. Depois disso, a maioria acaba perdendo interesse;
  • Quando seu filho tiver 3 ou 4 anos, você pode aumentar o tempo total na frente da tela para até no máximo duas horas por dia – lembrando que tela inclui computador, televisão, telefone ou qualquer outro tipo de tablet;
  • Períodos mais longos acabam invadindo o tempo de outras atividades importantes para o desenvolvimento da criança, como comer, dormir, brincar, fazer exercícios e conversar;
  • Ao brincar no computador com seu filho, fique de olho em sinais de cansaço, se ele parar de olhar para o monitor e começar a ficar inquieto, com sono ou a choramingar, é hora de parar;
  • Escolha atividades com músicas simples. Desde que nascem, bebês adoram músicas e canções com ritmo constante e com rimas. A repetição de canções ajuda crianças de 1 ano a criar padrões e começar a antecipar o que virá em seguida. Esse tipo de padrão pode ter efeito positivo até nas noções de lógica e matemática;
  • Se seu filho tem 1 ano e meio, divirta-o com sons de sinos, assobios ou relógios – crianças dessa idade reagem bem a esse tipo de som. Mas evite programas, aplicativos e sites com barulhos frenéticos ou músicas muito altas que provoquem excitação demais. Os ritmos aleatórios são confusos e assustadores para ouvidos tão novinhos;

Histórias nos livros ou tablets?

Historinhas no computador ou no tablet podem ser muito divertidas e ricas em imagens interativas, mas podem também acabar perdidas em meio à distração do aparelho eletrônico que você estiver usando. Isso muitas vezes ocorre porque se passa mais tempo explicando como tal botão ou controle funciona do que lendo a história propriamente. Muita variedade de ferramentas, pop-ups ou outras janelas interativas têm o mesmo efeito de distrair a atenção de uma criança pequena, ainda com poder de concentração limitado, da história em si.

O ideal é às vezes ler histórias nesse tipo de mídia mais moderna e também no bom e velho livro de papel, que ainda tem a vantagem de estimular a coordenação motora fina durante a virada das páginas. Alguns livros digitais (ou e-books) podem até ler sozinhos em voz alta para as crianças, mas considere que isso limita ainda mais sua interação direta com seu filho. Se você se mantiver ao lado do seu filho, conversando e enfatizando partes da história, o aprendizado e a diversão serão certamente mais ricos para ele.

Agora aqui vão algumas dicas desse universo online para serem explorados pelas crianças e que ajudam no desenvolvimento:

  1. PlayKids Stories – livros infantis – Histórias bastante lúdicas para ouvir e recontar. Estimula a leitura, interpretação, imaginação, interação e o vínculo se os pais brincarem junto com a criança.
  2. Palavra Cantada – Brincando com palavras – A música é um dos grandes estímulos para o desenvolvimento da linguagem.
  3. Zoró – Aplicativo com músicas feitas por Zeca Baleiro para brincar e descobrir o mundo através da bicharada de um universo lúdico e irreverente.
  4. Puzzle 4 kids – Quebra cabeça para montar os animais com o som do respectivo bichinho. Os pequenos vão adorar!
  5. Coelho sabido – estimula várias habilidades como consciência fonológica, vocabulário e raciocínio lógico.
  6. 4Dmais – Com um baralho temático de animais ou dinossauros junto com o aplicativo e os bichinhos parecem em realidade aumentada. Super divertido!

Raquel Luzardo, fonoaudióloga, especialista em linguagem, diretora da Clínica FONOterapia, atua há mais de 16 anos em atendimento infantil, orientação familiar e assessoria escolar. Casada com o Yan e mãe do Gabriel, acredita que a comunicação é a ferramenta para as relações acontecerem de forma plena e feliz!