No último post, falei sobre a adaptação escolar da Maria Julia, minha caçula, na primeira escola de Educação Infantil escolhida para ela. E hoje, venho contar o desfecho da história, além de trazer algumas dicas para você, que pode estar pensando em matricular seu pequeno(a) no segundo semestre de 2018 ou ainda no início do próximo ano letivo.

O último dia em que levamos a Maria Julia para a primeira escola foi numa terça-feira. E, após tantos episódios de stress com a adaptação escolar mal sucedida, sofri grande pressão familiar para tirará-la da escola e tentar uma nova adaptação somente em 2019. Contudo, meu instinto dizia que, uma vez que iniciamos a adaptação escolar da pequena, devíamos insistir na adaptação, mesmo a trocando de escola.

Na mesma semana, entrei em contato com uma escola de Educação Infantil pela qual havia me simpatizado e que faz parte do meu caminho de retorno do trabalho, mas que não faz parte do caminho do meu marido entre a escola da nossa primogênita e seu trabalho.

Por telefone, contei a situação pela qual havíamos passado durante a primeira adaptação escolar e senti bastante segurança na conversa com a proprietária, tanto que decidi tentar uma nova adaptação naquela mesma semana.

Assim, na sexta-feira daquela mesma semana, a Maria Julia e eu fomos conhecer a escola e fazer um pequeno experimento de uma hora. À principio, minha pequena não queria sair do meu lado. Mas, poucos minutos depois, brincava com a professora que dava atenção somente para ela (profissional que seria sua professora, mas que devido ao horário combinado para nosso experimento estava disponível exclusivamente para conhecê-la). Me sentei próxima ao ambiente gentil e acolhedor, repleto de brinquedos e livros infantis, e a minha filha explorou o ambiente voltando sempre seu olhar para mim.

Sem compromisso de matrícula, compra de material escolar ou qualquer coisa do gênero, a escola e eu nos disponibilizamos a fazer a adaptação escolar da Maria Julia sem pressa.

Trabalho a cerca de 16 quilômetros de distância da escola e durante os primeiros dias usei a minha hora de almoço para me encontrar com a Maria Julia que chegava à escola com o meu marido. Ele se despedia e entrávamos para a adaptação. Algumas horas depois, a levava para a casa dos meus pais e retornava para o trabalho.

Sim, foi uma semana cansativa! Mas, para a adaptação escolar dar certo, não devemos ter pressa. Cada criança tem seu tempo para adaptar-se ao novo ambiente, à rotina escolar, para socializar-se com os colegas de classe e, principalmente, para ter segurança nos profissionais que a acolhem.

Cerca de 7 dias após o início da nova adaptação escolar, foi meu marido quem passou a levar nossas filhas para a escola. A primogênita é deixada primeiro e depois é a vez da caçula.

Demoravam alguns minutos para que nossa caçula se despedisse do papai e entrasse alegre na escola. Mas, em nenhum momento ele saiu sem que ela se despedisse. Faz parte de uma adaptação escolar de sucesso a escola estar aberta para o acesso dos pais. Se repetiu por mais de uma vez a necessidade do meu marido acompanhar até mesmo a troca de fralda da Maria Julia até que ela se sentisse segura para se despedir.

Por mais de um mês os profissionais da escola me enviavam fotos da pequena via WhatsApp (sempre que eu questionava como ela estava se saindo), mostrando como ela estava se integrando ao ambiente e interagindo com alegria aos estímulos propostos.

Adaptação escolar de sucesso

No momento em que a acompanhei na nova escola, percebi que as crianças não reparavam que eu estava ali, sentada esperando pela minha filha. Algumas passavam por mim e diziam um “oi, tia!”, mas nada que as fizesse se lembrar dos pais ou responsáveis. Entendi que a atitude do grupo de crianças mostra o quanto estão alegres, confiantes e familiarizados com o ambiente de educação.

Assim como a primeira escola, tive duas indicações da segunda escola de Educação Infantil. Mas, só vivenciando o afeto com que todos trabalham e nos recepcionam dá para entender o quão importante é termos um ambiente como este para confiar os dias dos nossos filhos.

A distância entre a escola e o trabalho do meu marido e entre a escola e a casa dos meus pais (que a buscam às segundas-feiras e quando ocorre uma emergência, como febre), deixou de ser um impeditivo tamanha alegria a Maria Julia tem em ir para a escola e tamanho carinho que tem pelos seus colegas e professora.

O uniforme escolar tem sido comprado aos poucos. Portanto, até hoje compro uma peça quando necessário.

Assim, antes de julgarmos que o problema da adaptação escolar é a criança, devemos ter acesso à escola, perceber o quanto este novo ambiente é acolhedor para ela. E, para uma adaptação escolar de sucesso, temos a necessidade de nos sentir ouvidos – tanto nós, adultos, quanto eles, nossas crianças.

Um abraço,

De acordo com a Wikipedia, adaptação escolar é o período em que a criança tem para acomodar-se e integrar-se à escola. Para que a adaptação aconteça ela precisa acostumar-se com o ambiente educativo, à rotina escolar e socializar-se com os professores e colegas de classe. Mas, para nós (mães, pais e responsáveis pela criança), é muito mais que isso. É o momento em que delegamos os cuidados das nossas crianças ou bebês para professores e cuidadores da instituição em que depositamos nossa confiança. Por aqui, muitas dúvidas surgiram na adaptação escolar, não importando se mãe de primeira ou segunda viagem.

Posso dizer que a minha primeira experiência com adaptação escolar foi tranquila. Minha primogênita ingressou na escola de Educação Infantil com apenas 1 ano e 2 meses e assim que a deixei na porta, ela entrou com confiança. Ela não chorou, não me deu tchau e ficou feliz ao ver outras crianças. Por dois anos, minha primeira filha resmungava apenas para deixar a escola, fazendo com que eu aumentasse seu período de permanência de quatro para mais horas por dia.

Passados quase 2 anos de matrícula da minha primogênita na escola de Educação Infantil escolhida, ocorreu uma mudança na diretoria com a qual não me adaptei, fazendo com que a trocasse de escola. Por isso, não cogitei a hipótese de matricular a Maria Julia na primeira escola escolhida para a Maria Eduarda.

Para a escolha da escola de Educação Infantil da Maria Julia, me atentei à detalhes como espaço adequado para sono, ambientes arejados, organização e limpeza da cozinha e parque ao ar livre, além de considerar um fator decisivo o fato da escola estar sediada na rua do trabalho do meu marido, possibilitando que ele a buscasse com rapidez, caso fosse necessário.

A minha filha ingressou na escola de Educação Infantil em 1° de fevereiro de 2018, numa quinta-feira. Neste dia, entrei mais tarde no trabalho para poder levá-la. Ela estava com 1 ano e 10 meses.

Adaptação escolar

Ao chegar no portão da escola, apertei a campainha e alguém que estava próxima ao portão nos atendeu – este é sempre um momento tenso, por mais que você tenha visitado a escola e esteja segura da sua escolha. Então, quem nos atendeu não se identificou. Também não perguntei quem era a professora uniformizada que recebeu a minha filha, mas me lembrei de informar que era seu primeiro dia de aula, e pelo fato da minha filha não estar chorando, a professora comentou que ela estava bem, que ficaria ótima. Ressaltei que seria meu marido quem a buscaria cerca de uma hora depois e assim a professora fechou o portão, deu de costas com nosso bebê no colo e subiu as escadas para a adaptação escolar da Maria Julia. Minha pequena estava séria e foi assim que entrou na escola.

Demorei cerca de 40 minutos para chegar ao trabalho e, ao chegar, liguei para saber como ela estava. E, por incrível que pareça, não souberam dizer quem era a minha filha, não lembravam de mim e perguntaram se eu já havia visitado a escola. Pacientemente, mas com enorme estranheza, expliquei por quantas vezes já havia visitado a escola. Tive como resposta que realmente identificaram um novo bebê, mas que não identificaram que tratava-se da Maria Julia. Sem mais, meu marido passou para buscá-la alguns minutos depois.

Durante os dois primeiros dias (quinta e sexta-feira) minha pequena ficou na escola por uma hora. Durante a próxima semana, o tempo de sua permanência foi aumentando gradativamente, mas o comportamento da minha filha mudava a cada dia infelizmente para pior.

Em casa, nossa caçula se tornou uma criança mais agressiva e passou a ter ataques de raiva. Em um desses episódios misturou as palavras e disse “escola”.

Frequentados 6 dias na escola de Educação Infantil, minha filha chorava para colocar o uniforme, chorava quando reconhecia as proximidades da escola e chorava ainda mais para entrar. Uma hora depois que meu marido a deixava, eu ligava para saber como estava seu comportamento. E, as respostas eram sempre as mesmas, de que ela revezava momentos de descontração com momentos de choro e pedidos pela mamãe.

Assim, na sexta-feira da véspera do Carnaval, pedi licença no trabalho para acompanhá-la durante o período em que estivesse na escola. A vesti para o baile e entrei com ela. Me sentei em um banco de frente para a sua sala de aula onde ela não pudesse me ver. Mas, minha filha não queria se afastar de mim. Negociávamos alguns minutos de sala de aula, e ao entrar, ela chorava e me chamava. A acompanhei por cerca de uma hora, até que todos os alunos da escola se concentraram na quadra para a festa e ela aparentemente não se importaria caso eu saísse. Então, fui embora e a buscamos dentro de algumas horas.

Como ela entrava às 11 horas, deveria almoçar e lanchar na escola. Contudo, não comia. Algumas vezes aceitava colheres do almoço, outras tomava o conteúdo de uma xícara de chá de mingau e passou a vomitar na escola.

Após o Carnaval, voltamos para a permanência de apenas uma hora na escola para adaptação, mas seu comportamento piorava. Ela chorava e se agarrava ao meu marido no momento da entrada até que ele me falou que não mais a levaria para a escola, pois sofria demais ao vê-la assim. Foi então, que no dia 20 de fevereiro, foi o último dia em que a levamos para a escola.

As fotografias do baile de Carnaval foram publicadas no Facebook da escola de Educação Infantil e pude observar com mais clareza seu comportamento. Ela aparecia segurando a calça da professora responsável pela sua turma com uma das mãos. Noutra foto aparecia no mesmo lugar, mas com a professora distante dela. Na última foto da sequência, aparecia ao lado de alguns colegas, todos parados posando para a foto. Foi então que caiu a ficha sobre o que estava acontecendo. Ela chorava pois não era acolhida.

Minha família e eu primamos uma criação com apego, ou seja, atendimento consistente e amoroso das necessidades do bebê/criança. E, nesta escola de Educação Infantil, não havia este tipo de atendimento. As crianças choravam e não eram acolhidas, permaneciam chorando até que parassem ou se acostumassem não serem atendidas. Por isso, ouvia das profissionais da escola (nas diversas vezes que as procurei, seja via agenda, por telefone ou de forma presencial) de que a adaptação era assim mesmo, que logo ela se acostumaria. Tive a informação, inclusive, de que uma aluna chorou por dois meses e que, de repente, parou de chorar. Não acredito neste tipo de educação e, pelo visto, minha pequena estranhou não receber atenção.

Quando resolvi participar de uma hora da minha filha na escola, ouvi por parte da direção de que este procedimento não seria bom, uma vez que ela não deveria achar que eu sempre estaria ali ao seu lado. Percebi também que todas as crianças notaram a minha presença e, inclusive, uma delas se aproximou e disse: “Estou aqui porque a minha mãe tem que trabalhar”.  Estranhei o comportamento das crianças e só fui entender esses comportamentos mais tarde.

Minha caçula frequentou a escola por onze dias úteis e tive muitos problemas com a administração da escola de Educação Infantil por encerrar o contrato sem avisá-los com 30 dias de antecedência. Contudo, como os avisaria com 30 dias de antecedência se a minha pequena não frequentou a escola nem mesmo por quinze dias úteis, não é mesmo?

Com tudo isso, trago agora algumas dicas para o ingresso do seu pequeno(a) na escola de Educação Infantil.

  1. Solicite que seu filho(a) passe pela adaptação escolar antes da efetivação da matrícula;
  2. Ao efetuar a matrícula do seu filho(a), leia atentamente todas as cláusulas do contrato;
  3. Não compre e entregue à direção escolar a lista de materiais escolares até que adaptação escolar tenha sucesso;
  4. Não compre e entregue à direção escolar a lista de livros didáticos até que adaptação escolar tenha sucesso;
  5. Não faça o enxoval de uniforme escolar até que a adaptação escolar tenha sucesso;
  6. Não pague taxas adicionais sugeridas pela escola tais como taxas para lanches ou frutas até que a adaptação escolar tenha sucesso;

E esta história teve SIM um final feliz, que venho contar no próximo post. Até lá.

Um abraço,

A relação entre irmãs

14 de setembro de 2017

Eu tenho uma irmã. A minha irmã é 5 anos mais velha que eu. E, embora a gente seja extremamente diferente em termos de gostos e comportamentos, ela sempre foi um exemplo para mim. Ela foi exemplo em atitudes e realizações. Ela foi e fez algumas coisas que eu, 5 anos mais nova, admirei, gostei e segui pelo mesmo caminho.

Irmãs

Minha irmã e eu num momento fofura

Irmãs

Minha irmã e eu num momento irmãs

Um ano e meio depois que meu marido e eu nos casamos, engravidei da Maria Eduarda. Na época, imaginei que só teríamos ela. Quando ela tinha quase dois aninhos começou a falar e formar frases curtas. Então, um dia, ela chegou da escolinha e me perguntou: Cadê irmão? E eu acredito que esta pergunta tenha surgido porque na escolinha em que ela ficava haviam alunos irmãos. E ela então perguntou, onde estaria o seu irmão.

A princípio não queríamos outro filho, mas quando a Maria Eduarda completou 3 anos sentimos muito vontade de termos outro bebê. E contei como foi essa espera e decisão no Baby Story da Maria Júlia (assista aqui). O desejo foi nosso, pensando principalmente que no futuro a Maria Eduarda não teria ninguém para acompanhá-la quando meu marido e eu não estivermos tão ativos assim. Mas, sempre soubemos do desejo da Maria Eduarda em ter um irmão ou uma irmãzinha. Quando a Maria Eduarda estava com 6 anos, a Maria Júlia nasceu. E, desde o nascimento da Maria Júlia, nunca tive tanta certeza de que tínhamos feito a escolha certa.

Irmãs

E, o amor da Maria Eduarda pela irmã surgiu antes mesmo da Maria Júlia nascer, quando ainda era um peixinho na barriga da mamãe (parafraseando a letra de uma música do Palavra Cantada que adoro). E este amor é muito visível na Maria Eduarda, ela tem dado demonstrações muito sinceras de amor pela irmã e isso me emociona muito, porque ela é uma criança inocente e o seu amor é o mais puro deste mundo. Ela deu demonstrações de amor através de desenhos, começou a escrever o nome da irmã e a Maria Júlia é assunto na escola.

E, ao mesmo tempo que ela ama muito a irmã, é natural que ela sinta ciúmes, é natural que exista competitividade em alguns sentidos, mesmo desde muito pequenas. Não raro, ela trola a irmãzinha. Acaba fazendo coisas na irmã para dar risada. Como por exemplo, colocar uma tiara com antenas na Maria Júlia, rir porque a irmã não sabe o que está acontecendo (aparentemente) e por sentir que exerce certo poder sobre a irmã ainda tão pequena.

Hoje a Maria Eduarda está com 7 anos e a Maria Júlia está com 1 ano e 6 meses. E dar uma irmã para a Maria Eduarda foi a melhor coisa que poderíamos ter feito por ela.

Crédito: material inédito do filme “O Começo da Vida”, por Maria Farinha Filmes.

Um abraço,