De acordo com a obra do projeto Semeando valores: cultivando leitores, são considerados pré-leitores crianças de até 3 anos – idade em que começam, na maior parte dos casos, a desenvolver a linguagem oral.

Assim, pensando numa maior aproximação da minha caçula com os livros, foi criado o cantinho de leitura em seu quarto. Seu quarto que foi modificado recentemente, há cerca de 8 meses, como contei para vocês no post O quarto novo da Maria Julia.

Cantinho de leitura, à esquerda.

Ainda de acordo com a obra, um bom canto de leitura precisa apenas de um leitor, livros e um lugar confortável para acomodar o corpo. Mas é possível fazê-lo mais aconchante se partirmos dos mesmos elementos e acrescentarmos alguns. O arquiteto Ricardo Amado, que projeta espaços de leitura do Sesc, brinquedos e exposições, em conjunto com a psicóloga e diretora da Caleidoscópio Brincadeira e Arte, Adriana Klisys, dão as seguintes dicas:

  • O espaço deve ter o necessário para ser agradável, sem enfeites em excesso. É para ser introspectivo, menos é mais.
  • Pode ser no quarto ou fora dele, o importante é estar delimitado, ser um espaço único, reconhecível.
  • Se tiver luz natural, melhor.
  • Uma luminária ou um abajur também podem aumentar o conforto e facilitar a leitura.
  • Tapete no chão, almofadas e redes são ótimas pedidas para os pequenos. Para crianças maiores, que já leem obras de mais fôlego (acima de 6 anos), uma poltrona pode ser mais indicada.
  • É bacana simular uma cabana, um esconderijo, uma “toca”. As crianças adoram ter onde entrar para ler”, diz Ricardo Amado. Em casa, nem sempre é simples, mas ele recomenda tecidos pendurados no teto.
  • Livros sempre à mão das crianças e, se possível, com as capas viradas para a frente, para facilitar a escolha.

Com a minha filha mais velha, tínhamos em nossa rotina a hora da estória, na hora de dormir. Já com a minha caçula esta rotina está sendo implantada com maior dificuldade, pela interferência das necessidades da irmã com as lições de casa. Contudo, sigo firme com o propósito de termos em nossa rotina  momentos de leitura, com tempo para ouvi-la, mostrar as ilustrações, deixar que ela fale, comente e pergunte.

Minha primogênita teve dois cantinhos de leitura antes da reforma do seu quarto. Mostrei para vocês o primeiro canto de leitura aqui e o segundo aqui. Com a reforma do seu quarto, ela passou a ter uma escrivaninha (veja aqui) que facilita a acomodação do seu corpo na execução das atividades escolares, estudar e ler sozinha, passando para a fase de leitora autônoma.

Maria Julia de pijama, pronta para dormir, com o livro escolhido.

Referências

Projeto:

Semenado Valores

Obra:

Semeando valores: cultivando leitores: livo da família: a importância da família na formação do leitor / Equipe FTD Educação – 1 ed. – São Paulo: FTD, 2018.

Onde encontrar:

Prateleiras para livros infantis: Pabimi

Gostaram do canto de leitura da Maria Julia?

Um abraço,

Muitas crianças apresentam certa dificuldade de se comunicar na primeira infância. É comum que elas troquem palavras e sons ou até mesmo que demorem para começar a falar. É claro que cada uma tem seu tempo e isso deve ser respeitado. Porém, algumas atividades podem estimular seu filho a falar e se comunicar melhor e uma delas é a interação com os animais de estimação.

A fonoaudióloga Raquel Luzardo conta que pensando no vínculo de afeto estabelecido entre as crianças e os animais decidiu trazer a Pet Terapia para sua clínica, na zona oeste de São Paulo. “O trabalho desses animais terapeutas é bastante difundido em UTIs e unidades de tratamento de câncer infantil. Mas eu decidi trazê-los para perto de crianças que precisam de um estímulo a mais para se comunicar. “, explica a profissional que também atende pacientes que apresentem casos de gagueira, síndrome de Down ou dentro do espectro autista.

Raquel conta que a Pet Terapia tem sido muito bem recebida pelos pais e pelas crianças. “O Rafa, 2, não falava nada ainda, mas foi numa destas sessões com o cachorro que ele falou ‘au au’. O Théo, 1, também não verbalizava e teve medo de se aproximar no início. Ao fim do dia, ele estava falando ‘dá au au’ e abraçando o animal”. A profissional conta que esses detalhes podem parecer pequenos, mas que em cada situação é uma grande evolução no quadro da criança. Outro caso lembrado pela fonoaudióloga é o de Marcela, 9, que não apresentava muito gosto pela leitura, mas estimulada a ler para o animal, acabou lendo um livro inteiro com ele repousando em seu colo.

A especialista explica que neste tratamento,as crianças são estimuladas não só a se comunicar melhor verbalmente, mas também precisam entender e exercitar a paciência, o compartilhamento e o respeito. “Eles precisam esperar sua vez de interagir, entender que o animal não é seu e está ali para todos e também que ele precisa ser tocado com carinho e respeito e sem agressividade”.

Raquel Luzardo, fonoaudióloga, especialista em linguagem, diretora da Clínica FONOterapia, atua há mais de 19 anos em atendimento infantil, orientação familiar e assessoria escolar. Casada com o Yan e mãe do Gabriel, acredita que a comunicação é a ferramenta para as relações acontecerem de forma plena e feliz!

Especialista em desenvolvimento infantil ensina os pais a identificar conteúdos saudáveis

Nos últimos meses, uma preocupação enorme tomou conta das redes sociais por conta do suposto aparecimento da boneca “Momo” em vídeos na plataforma destinada a crianças do Youtube. Apesar do intenso trabalho da rede social para desmentir que as crianças estejam em risco, muitos pais temem que seus filhos estejam expostos à figura macabra e à pedofilia. A discussão também envolve os jogos mais violentos, como os de tiro e guerras.

A fonoaudióloga especialista em linguagem e desenvolvimento infantil, Raquel Luzardo, explica que proibir o acesso dos pequenos aos vídeos e jogos pode não ser a melhor saída. “Tudo que é proibido gera mais interesse. Por isso é melhor permitir o uso limitado e com supervisão. É importante também que os pais entendam o que é ou não saudável em cada faixa etária.”.

Atuando no atendimento a crianças, Raquel tem vasta experiência em orientação familiar e confirma o que muitos especialistas dizem: “Diálogo é fundamental”. Ela também dá a dica: “Cada faixa etária tem sua peculiaridade, suas curiosidades, seu comportamento. Os pais não podem minar esse período de grandes descobertas que é a infância. O ideal é estar atento, responder somente o que é perguntado e não estender demais os assuntos que não convém. Se a criança já se satisfez com a resposta é sinal que já está bom para ela”.

A grande dúvida dos pais, porém, é como escolher o que é bom ou não para os filhos. Raquel explica que, para os menores, que ainda estão aprendendo a falar, há desenhos bastante didáticos, coloridos e musicais, como o “Mundo Bita”, que tem sempre uma mensagem positiva e educativa. Ainda na linha musical, o grupo brasileiro “Palavra Cantada” é um sucesso entre os pequenos que aprendem e se divertem com as letras muito bem elaboradas.

Outro desenho animado recomendado pela especialista é “Dora, a aventureira”, que além de episódios que envolvem muita aventura, também contam com partes em inglês, abrindo o horizonte das crianças para o aprendizado de outras línguas. E se o seu filho é daqueles que adora uma aventura, a “Patrulha Canina” pode ser um bom atrativo, já que a cada episódio há uma missão para os filhotes envolvendo o meio-ambiente e a comunidade.

Raquel lembra que, no geral, é recomendado que os pais assistam com os filhos alguns episódios e se certifiquem que não há nada que desabone o conteúdo. “Os pais não precisam só estar ali supervisionando, mas sim fazendo parte deste momento. Vale perguntar e comentar o que estão assistindo juntos”.

Mãe de Gabriel (9), Raquel diz que é preciso também saber dividir o tempo. “Não podemos usar os eletrônicos como babás. Tem de existir tempo para brincar, para ver TV, para ler, para fazer lição. Quanto antes a criança tiver uma rotina, antes ela entenderá o conceito do seu tempo e saberá aproveitá-lo melhor.”.

Raquel Luzardo, fonoaudióloga, especialista em linguagem, diretora da Clínica FONOterapia, atua há mais de 19 anos em atendimento infantil, orientação familiar e assessoria escolar. Casada com o Yan e mãe do Gabriel, acredita que a comunicação é a ferramenta para as relações acontecerem de forma plena e feliz!