Em toda a minha vida, incluindo o período em que estava grávida, nunca li tantos relatos de parto quanto no último ano. Podemos observar que o aumento da quantidade de relatos está diretamente ligada ao lançamento do filme “O Renascimento do Parto – O Filme” que aconteceu em 2013. E como é que eu, blogueira desde setembro de 2013, ainda não tenho um post com o meu relato de parto? Por isso, trago hoje, descaradamente, a verdade sobre um dos momentos mais importantes da minha vida.

O Tipo de Parto

Desde sempre passo com a mesma ginecologista e obstetra que fez os partos da minha mãe quando minha irmã e eu nascemos, e que fez os partos da maioria dos meus primos. Assim, foi natural que ao descobrir que estava grávida, a procurei para o pré-natal e parto. Já durante a primeira consulta após a gravidez, a informei que queria que minha filha nascesse através de parto cesárea.

Escolhi o parto cesárea pois, com exceção do meu primo mais velho que nasceu por fórceps, todos os outros nasceram através de parto cesárea. A minha tia que passou pela experiência do parto por fórceps sempre nos contou que ela não mais teria filhos senão fosse através de parto cesárea. Outra tia nos conta que sua bolsa estourou na gestação do último entre os três filhos, mas que após dois partos cesárea o terceiro só poderia nascer através da cirurgia. Conta minha mãe que no parto da minha irmã a cesárea foi recomendada porque ela não teve dilatação. Todos os outros partos cesárea não foram justificados.

Com pouca informação “no bolso” e com medos enormes “no coração”, escolhi o parto cesárea. Pronto, bastava que eu seguisse a tradição e aguardasse pelo “parto tranquilo”.

A Maternidade

Visitei duas maternidades: a maternidade Santa Joana e a Pró-Matre. A escolhida foi a Pró-Matre, maternidade de elite localizada na cidade de São Paulo onde mais de 80% dos partos são por cesárea. A escolha aconteceu após a visita de uma colega que teve sua filha lá. Os quartos parecem de hotéis, os corredores são repletos de fotos de crianças com cara de capa de revista, e tem o “vidro”…

A Licença Maternidade

Solicitei a licença maternidade com 38 semanas e meia de gestação. Eu estava inchada e já estava bastante difícil até calçar-me com o barrigão (e que saudade dá aquele barrigão). Com pouco menos de 38 semanas, a médica proibiu-me de dirigir e eu precisava contar com a ajuda da minha família (ora meu marido, ora meu pai) para ir e voltar do trabalho. E, embora o parto cesárea não estivesse agendado, acreditava que entraria em trabalho de parto com exatas 39 semanas, como se ela fosse um reloginho.

A Última Consulta do Pré-Natal

Com pouco mais de 38 semanas, fiz o último ultrassom onde não pudemos perceber que o cordão umbilical estava enrolado no pescoço da nossa filha. No dia seguinte, dia que completei 39 semanas, fui para a consulta de pré-natal e a médica informou que com 39 semanas de gestação e barriga “alta”, algo estava errado. Pediu para que no dia seguinte eu fosse até a maternidade dizendo que estava com muitas dores, muito embora eu estivesse ótima. E pediu para que eu não saísse de lá enquanto a responsável pela emergência não entrasse em contato com ela.

A Entrada na Maternidade

Chegou o grande dia, o quarto do bebê estava pronto. Nas últimas horas foi instalada a cortina, único detalhe que faltava. A mala da maternidade já tinha sido vista e revista diversas vezes e estava completa. As lembrancinhas, impecáveis.

Meu marido saiu para trabalhar. Fiz brigadeiro porque estava com uma vontade louca de brigadeiro de colher, e sabia que após o nascimento do bebê entraria em dieta para evitar as tão temidas cólicas. Tomei banho, fiz escova nos cabelos e fiquei aguardando a chegada do meu marido e da minha mãe. Eles chegaram, tirei foto no quartinho dela e partimos para a maternidade. Entrando no carro, uma vizinha nos cumprimentou e perguntou para guando estava previsto o nascimento do bebê. Respondi que o nascimento seria naquele dia, que estávamos indo para a maternidade. Brincamos quanto a calma e serenidade do momento. “Cesarianas estão associadas com maiores taxas de mortalidade materna, aproximadamente quatro a cinco vezes maiores que o parto vaginal e também resultam em maiores riscos de complicações e morte neonatal (acesse a fonte desta informação, aqui)”. Mas, não é o que aparenta, proporcionando falsa tranquilidade na mamãe que optou pela parto cesárea.

Relato de Parto

Relato de Parto

Chegamos calmos no setor de emergência e fiz exatamente o que a médica obstetra solicitou que fosse feito: queixei de dores e assim fui examinada. Descartada a hipótese de trabalho de parto, a enfermeira me deu alta. Pedi para que entrassem em contato com a médica obstetra e por telefone a mesma solicitou a internação para que o parto acontecesse naquele dia.

Deixei no quarto a malas de roupas e lembrancinhas, vesti o avental e fiquei aguardando para que me levassem para o centro cirúrgico.

Onde ficou o Papai?

Meu marido ficou do lado de fora do centro cirúrgico, pois ele passa muito mal ao ver sangue. Parece frescura, mas não é. Ele já chegou a ter princípio de convulsão quando tentou doar sangue. Por isso, ele ficou do lado de fora do “vidro”.

Em um parto em que a cesárea é necessária (inclusive pode salvar muitas vidas), uma forma da maternidade aplicar o conceito de atendimento humanizado é através de um local especialmente desenvolvido para que a família possa acompanhar o parto bem próximo à mãe. O visor plasmático da janela na sala cirúrgica permanece opaco durante a cirurgia, mas ao toque de um dispositivo eletrônico o vidro torna-se transparente permitindo aos familiares acompanharem os acontecimentos no interior da sala cirúrgica.

Além do meu marido, acompanharam o parto minha mãe, meus sogros, minhas cunhadas e um cunhado. Hoje, dispensaria o “show” e preferiria que este momento tão íntimo fosse compartilhado somente com meu marido. A minha mãe ficou apavorada, muito preocupada comigo ao assistir o parto.

Quando escolhi a maternidade, sabendo da existência do visor plasmático da janela na sala cirúrgica, imaginei que ficaria de costas para quem estivesse assistindo o parto, e não de lado. O visor fica ao lado esquerdo da mesa de cirurgia.

O Parto Cesárea

Sem entrar em trabalho de parto, fui encaminhada ao centro cirúrgico onde foram feitos os procedimentos necessários até a chegada da médica obstetra. As enfermeiras foram supercompetentes não só durante os procedimentos para que eu não sentisse dor, como para me acalmar. Tomei a anestesia e foi colocada a sonda (a sonda é necessária para esvaziar a bexiga, já que a mulher fica bastante tempo deitada durante e após o parto cesárea).

Contrariando o que muitas mulheres pensam, ficamos acordadas durante todo o procedimento. Quando a médica obstetra e o instrumentista chegaram, fizeram a cirurgia conversando e eu escutei toda a conversa como se estivéssemos na mesa de um bar. Ouvia e observava, mas não falava nada, pois estava muito emocionada, até mesmo para pronunciar uma só palavra.

Há um puxa-empurra infinito durante toda a cirurgia, senti mexer, mas não senti dor. E, diferente de alguns relatos, não senti nada de enjoos e cheiro nenhum. Algumas mulheres sentem o cheiro da cauterização dos tecidos pelo bisturi elétrico.

Me lembro perfeitamente da voz da médica dizendo que minha filha não nasceria “nunca”, pois o cordão umbilical estava em volta do seu pescoço. Além disso, ela disse que ela era “enorme” para um parto normal (oi? Mas na hora, eu acreditei).

Escutei seu choro e fui tomada por uma emoção indescritível, a embrulharam e a trouxeram para mim. Juro que quando ela se aproximou do meu rosto e ouviu a minha voz (não me lembro o que falei), ela sorriu. Sim, que linda, ela sorriu! E reparando que seu queixo ao sorrir era idêntico ao do papai (agora não noto mais tal semelhança), exclamei: “É o queixo do meu marido!”. As lágrimas rolavam pelo meu rosto sem eu conseguisse conter.

Quando percebi que o “vidro” tornou-se transparente, pude ver meu marido e minha mãe e eu não tentei me mexer, mas tinha vontade de correr para perto deles. Me lembro de querer falar com o meu marido e nem mesmo tentar, pois ele estava do outro lado.

A levaram, fizeram os procedimentos necessários, a enrolaram na manta azul, colocaram a touca da maternidade e a trouxeram novamente. Eu queria poder segurá-la, queria poder abraçá-la, mas não me mexia.

Minha filha nasceu no dia 28 de janeiro de 2010, exatamente às 00h28, com 3.350Kg. Me levaram do centro cirúrgico para a sala de recuperação e poucos minutos depois, adormeci.

Ao chegar no quarto, meu marido me esperava e enfermeira a trouxe para amamentá-la. Já com a roupa que escolhi para que a vestissem, a amamentei pela primeira vez.

Relato de Parto

A Experiência

Primeiramente, gostaria de registrar que para mim tudo ocorreu bem, tanto a cirurgia, quanto o pós-parto. A recuperação foi espantosamente rápida e sem complicações.

Mas, com a descoberta da APLV da minha filha, descobri que o parto cesárea aumenta o risco de alergias. Só com esta informação, já sinto que deveria ter tentado o parto normal. Mas, não me culpo, pois não “estudei” sobre os tipos de partos quando estava grávida. Hoje, ao pensar em um segundo filho, esta hipótese deixou de existir, pois a informação nos transforma.

Não sei dizer o que é entrar em trabalho de parto e sinto falta desta experiência em minha vida. Pode parecer loucura, mas só as mães que fizeram parto cesárea, sem mesmo entrarem em trabalho de parto, sabem o que é isso.

Também gostaria de ter pego a minha filha nos braços e sentido seu calor no primeiro minuto da sua vida. E gostaria de tê-la amamentado em curto espaço de tempo após o parto. Até hoje me pergunto como ela passou enquanto eu estava na sala de recuperação. Meu marido e nossos familiares tiraram foto da nossa pequena no berçário e é engraçado como sinto um vazio no coração ao ver as fotos, pois ela me parece totalmente desprotegida.

Relato de Parto

O Meu Conselho

Registrarei aqui o meu conselho para a minha filha, pois torço para que ela também receba a benção de gerar uma vida!

“Filha, ao despertar em seu coração o desejo de ser mãe, busque informações. As busque antes mesmo de engravidar. Informe-se sobre tudo o que estiver relacionado ao assunto, inclusive sobre os tipos de parto, pois a informação os protegerá (a você e ao seu bebê) e a permitirá escolher. Com a informação, virá a segurança da escolha. E segurança é tudo o que eu desejo para este momento tão especial de sua vida.”

Um abraço,

Mari.

Contei para a ginecologista que gostaria de engravidar e além de perguntas típicas sobre ser o primeiro bebê, se já aconteceu algum aborto espontâneo e outras relacionadas à alimentação e estilo de vida, me foram pedidos os exames pré-concepcionais afim de tratar e prevenir problemas.

Relembrando, hoje trago a lista de exames que devemos fazer ao planejar uma gravidez:

  1. Papanicolau: durante a gravidez não se costuma fazer o exame de Papanicolau. Este só volta a ser realizado seis meses depois do nascimento do bebê. Por isso, este exame deve ser feito antes de engravidar.
  1. Exame de urina: deve ser feito para detectar alguma possível infecção urinária. As infecções no trato urinário podem estar associadas a problemas como aborto espontâneo, baixo peso dos bebês ao nascer ou parto prematuro, por isso é sempre bom garantir que a mulher não esteja com uma antes de engravidar.
  2. Exames de sangue: através do hemograma completo é possível verificar se a mulher está com anemia ou algum outro indicador alterado. Também pode-se detectar se a mulher carrega genes para doenças como anemia falciforme, talassemia e doença de Tay-Sachs, que podem ser transmitidos para o bebê. Nos exames de sangue o médico também pode verificar se a imunidade para doenças como hepatite B, rubéola, toxoplasmose e citomegalovirose. Entre os testes também haverá exames diagnósticos para sífilis e HIV/Aids.
  3. Verificação da pressão arterial: mulheres que têm pressão alta (hipertensão) correm mais risco de sofrer de pré-eclâmpsia durante a gravidez e de apresentar problemas com a placenta.
  4. Ultrassom transvaginal: por meio dele, o médico pode ter uma visualização de todo o aparelho reprodutor feminino, útero, ovários e trompas. Exames pré-concepcionais
  5. Tipo sanguíneo e fator RH: é preciso conhecer o tipo sanguíneo e fator RH (proteína que pode ou não estar presente no sangue) antes de engravidar, pois mulheres RH negativo (como eu) podem ter filhos RH positivo (se o pai tiver o fator RH positivo). Nessas condições, o contato com o sangue do bebê, principalmente na hora do parto, pode fazer com que a mulher desenvolva anticorpos (células de defesa) para o RH, o que pode prejudicar uma segunda gestação se o outro bebê também for RH positivo. A solução para o problema é fazer a vacina de imunoglobulina anti-RH, capaz de reduzir este risco para próximo de zero.

É pequeno o número de bebês que nasce com algum problema (entre 1% e 2%). Mas, a mulher deve procurar aconselhamento genético se houver um histórico de doenças hereditárias na sua família ou na de seu parceiro.

(Fontes: Babycenter Brasil, Vida e Estilo Terra e Bolsa de Mulher)

Você deseja engravidar em qualquer momento deste ano? Vale a pena começar a tomar o suplemento de ácido fólico (como já falamos aqui).

Um abraço,

Mari.

Ácido fólico

19 de janeiro de 2015

Sim, mulheres grávidas devem tomar um suplemento de ácido fólico assim que descobrem a gravidez, ou de preferência até mesmo antes de engravidar. O ácido fólico é um comprimido pequeno, que não engorda e não tem efeitos colaterais, é vendido em farmácias ou distribuído em postos de saúde. O ácido fólico também pode estar presente em complexos vitamínicos especiais para gestantes. Mas, porque o ácido fólico é tão importante?

  1. Ácido fólico ajuda a prevenir doenças do tubo neural no bebê, como a espinha bífida (quando a medula espinhal não se fecha por completo), e do cérebro, como a anencefalia. Os defeitos do tubo neural acontecem durante o estágio inicial de desenvolvimento, muitas vezes antes até que as mães saibam que estão grávidas;
  2. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), mulheres que tomam a dose diária recomendada de ácido fólico ao menos um mês antes de engravidar e durante o primeiro trimestre da gestação reduzem o risco de o bebê ter problemas do tubo neural de 50% a 70%;
  3. Algumas pesquisas indicam que o ácido fólico pode ajudar a diminuir o risco de o bebê ter outros problemas, como lábio leporino e certos tipos de distúrbios cardíacos. Mulheres desnutridas ou sob regime excessivo de emagrecimento têm mais incidência desses problemas;
  4. Seu corpo precisa do ácido fólico (também conhecido como folato ou vitamina B9, parte do complexo B) para produzir glóbulos vermelhos normais e prevenir a anemia. A falta de folato na alimentação pode levar a um tipo de anemia conhecido como anemia por deficiência de folato, cujos sintomas, como cansaço e fraqueza, são semelhantes aos da anemia por deficiência de ferro;
  5. O folato é essencial na produção, na reparação e no funcionamento do DNA, o “tijolo” que compõe nosso mapa genético e nossas células. A ingestão adequada de ácido fólico é especialmente importante para o rápido crescimento celular da placenta e do bebê;
  6. Há ainda estudos que sugerem que o ácido fólico pode reduzir o risco de mulheres desenvolverem pré-eclâmpsia;
  7. E pode reduzir o risco de autismo nos bebês (leia mais, aqui).

Por todas essas razões os médicos costumam prescrever um suplemento de ácido fólico assim que a gravidez é diagnosticada. O ideal, segundo os especialistas, é já estar tomando suplemento antes mesmo de engravidar, porque o desenvolvimento fetal é rápido no início da gestação, e os tubos neurais dos fetos se fecham durante as quatro primeiras semanas da gravidez. Tanto que, nos Estados Unidos, os ginecologistas até recomendam que todas mulheres em idade fértil tomem ácido fólico, independente de estar ou não planejando uma gravidez, e no Brasil as farinhas de trigo em geral são enriquecidas com a substância. Não existe um tempo máximo para tomar o ácido fólico. Por isso, se você acha que pode engravidar em algum momento de 2015, já vale a pena começar a tomar.

E, quais são as melhores fontes de ácido fólico?

Por incrível que pareça, pesquisas indicam que o corpo humano absorve melhor a versão sintética (ou seja, fabricada) desta vitamina, do que aquela que está naturalmente presente em certos alimentos. Embora os cereais e grãos sejam fortificados com ácido fólico, a maioria das mulheres também não consome quantidades suficientes destes produtos para suprir a dose adequada durante a gestação. Daí a necessidade de tomar o suplemento. É claro que, além dos suplementos, podemos manter uma dieta saudável que inclua alimentos ricos em ácido fólico, assim como outros nutrientes importantíssimos para a gravidez. São sugestões de fontes da vitamina:

  • verduras escuras, como couve, brócolis, espinafre, escarola
  • batata grande (daquele tipo para assar com casca)
  • feijões de todos os tipos, lentilha, ervilha
  • gérmen de trigo
  • aspargos
  • frutas cítricas, como laranja, limão, tangerina
  • ovo cozido
  • salmão
  • carne vermelha

Ah, e não cozinhe as verduras e legumes demais, porque isso acaba com o ácido fólico. O ideal é cozinhar os alimentos em um panela tampada, com o mínimo possível de água fervendo. Tente comer vegetais ligeiramente cozidos no vapor ou simplesmente crus.

Mas, se você não tomou o suplemento de ácido fólico no comecinho da gravidez, procure não se preocupar. Os problemas que o ácido fólico previne são relativamente raros, e você certamente ingeriu naturalmente algum ácido fólico na sua alimentação e na farinha de trigo enriquecida.

Ao pensar em engravidar, é indicado consultar um obstetra e seguir todas as suas orientações.

Um abraço,

Mari.

Todas as informações deste post foram retiradas do site BabyCenter Brasil e formadas por jornalistas especializados em saúde (Consulte o artigo original, aqui).