Tenho duas filhas, a primeira nasceu no dia 28 de janeiro de 2010, com 39 semanas, através de cesárea eletiva não agendada (relato, aqui) e a segunda nasceu no dia 02 de abril deste ano, com 42 semanas, através de cesárea não eletiva. Hoje, trago o relato de parto da caçula no post que mais demorei para escrever e talvez o maior post de todo o blog.

A escolha do tipo de parto:

Desejei que a minha segunda experiência fosse de um parto vaginal, principalmente porque, após o meu primeiro parto, descobri que o fato do bebê não passar pelo canal vaginal faz com que ele deixe de receber bactérias importantes para a formação de seu sistema imunológico e que se ele não recebe a massagem nos pulmões ao passar pelo canal vaginal, o risco de desconforto respiratório aumenta. Assim, procurei uma equipe de profissionais para uma assistência mais humana no parto e bora lá esperar a Maria Júlia dar sinais de que estava pronta para sair, decidindo a hora de nascer.

A maternidade:

Minha primeira filha nasceu na maternidade Pro Matre Paulista e gostei muito da estrutura, acomodação e atendimento. Meu obstetra recomendou a maternidade São Luiz. Mas, como meu convênio não aceita tais maternidades, a Maria Júlia nasceu no hospital e maternidade Santa Joana.

A licença maternidade:

Desde as 37 semanas de gestação tive a oportunidade de trabalhar alguns dias da semana em esquema home office. Com 39 semanas de gestação, o obstetra atestou para afastar-me do trabalho devido à forte dor nas costas. No dia 23 de  março, com 40 semanas e 4 dias, peguei a licença maternidade.

Final do pré-natal:

Com 38 semanas de gestação criamos um grupo no WhatsApp com a doula e a obstetriz que me acompanhariam para que qualquer dúvida ou sinal de início de trabalho de parto fossem informadas. A minha expectativa aumentava.

Com 39 semanas de gestação foi feito o primeiro exame de toque onde foi constatado que a Maria Júlia ainda estava “alta”, ou seja, bebê não fixo na pelve, e que o colo do útero ainda estava fechado e duro (o colo do útero começa a afinar quando o bebê passa a descer pelo canal cervical. A cabeça faz pressão para a dilatação do útero para a passagem do bebê, indicando que a hora do parto se aproxima). As 39 semanas marca a DPP – Data Prevista do Parto, e eu esperava ansiosa por ela, não por acreditar que aquela seria a data exata em que conheceria a Maria Júlia, mas porque dali para a frente poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento. Com 39 semanas, a Maria Júlia pesava 2,800 Kg.

Com 40 semanas de gestação o quadro permanecia o mesmo, meu bebê ainda estava “alto” e o colo do útero intacto. Desde as 38 semanas fazia uso do óleo de prímula e exercícios na bola suíça para pilates como forma natural de indução do parto e agora recebia a orientação de fazer acupuntura e moxabustão. Utilizei formas naturais de indução do parto devido à cesárea anterior, afim de evitar uma complicação perigosa: a ruptura uterina.

Com 40 semanas e um dia de gestação fiz a primeira sessão de acupuntura e moxabustão e agendei mais uma sessão para a próxima semana. Me sentia calma. Naquela semana reservei um dia para o banho com camomila.

Com 41 semanas de gestação continuava sentindo apenas as contrações de treinamento, contrações que já vinha sentindo desde as 36 semanas. Um dia antes da sessão de acupuntura e moxabustão agendada passei em mais uma consulta do pré-natal. E, embora o resultado da cardiotocografia estivesse ótimo, a Maria Júlia continuava na mesma posição. Foi então que o obstetra sugeriu que caso não entrasse em TP – trabalho de parto – até o próximo sábado, dia em que completaria 42 semanas, deveríamos ir para a maternidade para a realização da cesariana. Fiquei desapontada. Saí da sala do obstetra e desmarquei a sessão de acupuntura e moxabustão que faria no dia seguinte. Senti como se toda a minha preparação e empoderamento de nada tivesse adiantado. Me senti como um peixe prestes a morrer na praia.

O início do trabalho de parto:

Sexta-feira, dia primeiro de abril, minha esperança refloresceu. Estava com a impressão de que algo aconteceria. Ao me preparar e preparar minha filha para dormir, escolhi pijamas novos e verifiquei mais uma vez a mala da maternidade. Deixei a pasta com meus documentos e exames realizados durante o pré-natal no meu quarto. Enquanto meu marido ainda trabalhava, me deitei junto da minha primeira filha, a abracei forte e adormecemos rapidamente.

Era uma hora da manhã quando me levantei subitamente e sentei na cama com a sensação de que algo “desceria”. Corri para o banheiro e a bolsa estourou. Fiquei muito feliz, pois significava que o parto deveria ocorrer, no máximo, nas 48 horas seguintes e enfim teria a Maria Júlia nos braços. E fiquei aliviada, pois entrar em TP significava que minha filha  estava pronta para nascer. Mandei mensagem para o meu marido e ele respondeu que largaria tudo para vir embora e que logo pensou em mim quando ouviu o som do recebimento da mensagem. Mas, respondi que não precisava correr, que estava tudo sob controle. No entanto, notei que a cor do líquido amniótico não estava transparente como sempre li que deveria estar. Tirei foto e enviei no grupo do Programa Parto sem Medo no WhatsApp. Foi então que a obstetriz respondeu que se tratava de mecônio (como desconfiei), e pediu para que fôssemos para a maternidade. Avisei meu marido. Enquanto minha filha dormia e meu marido vinha para casa, fui pegando o que deveria levar para a maternidade, só o que eu não sabia era a dificuldade em conter o líquido amniótico, mesmo usando absorvente higiênico noturno. Foi meu marido quem chamou meus pais, que chegaram ao mesmo tempo que ele. Meus pais ficaram em casa com a Maria Eduarda que ainda dormia. Usando uma toalha sobre o banco do carro meu marido e eu chegamos à maternidade e passei à frente de todas que aguardavam no pronto atendimento. Ao chegar nas últimas semanas de gestação temia o trânsito que poderíamos pegar para chegar à maternidade, mas, por ser de madrugada, chegamos à maternidade em poucos minutos. Estávamos na  maternidade uma hora depois que a bolsa estourou.

Na maternidade:

Ao ser questionada, informei meu nome e outros dados pessoais. E, ao responder a semana gestacional, a enfermeira questionou: “32?”. Respondi: “Não, 42”. Espantada, perguntou qual meu obstetra. Senti os olhares de todas as gestantes que estavam sendo medicadas na sala.

Enquanto meu marido fazia a ficha de internação, fui examinada pelo plantonista e foi feita a tricotomia por uma enfermeira, exatamente como eu não gostaria que acontecesse. Havia explicado o que gostaria e não gostaria no meu Plano de Parto. Contudo, com aquela correria, me esqueci completamente de ter o Plano de Parto em mãos e de apresentá-lo na maternidade. Tudo o que aconteceu dali para a frente, não foi baseado no Plano de Parto (inclusive fui orientada dias antes pela obstetriz a incluir informações num item “Caso cesárea”), mas nos procedimentos corriqueiros da equipe de profissionais do Programa Parto sem Medo.

Passados poucos minutos, chegou a obstetra da equipe. Com um tom de voz suave perguntou se eu me importaria caso fosse examinada novamente, desta vez, por ela. Respondi que não. Meu marido me encontrou, ficou com minhas roupas e pertences e fui encaminhada na cadeira de rodas para o centro cirúrgico (a obstetra sempre me acompanhando). Ao entrar em uma sala de pré-parto, encontrei a obstetriz e foi feita a cardiotocografia. Em seguida, chegou o anestesista que se apresentou e explicou detalhes sobre a anestesia também com um tom de voz muito suave. Foi impressionante como pude reconhecer cada profissional da equipe do Programa Parto sem Medo apenas pela paciência e tom de voz. Eu estava tranquila. Ouvi a obstetriz dizer algo sobre os ritmos cardíacos estarem caindo, mas ao questionar fui informada que tudo estava sob controle. Confiei. Afinal, ao escolhermos a equipe de profissionais que nos assistirão durante o parto, a palavra chave é confiança. Fui encaminhada para o centro cirúrgico para a realização de uma nova cesárea. O motivo principal foi a cardiotocografia não tranquilizadora na presença de mecônio, num contexto onde o colo do útero ainda não estava favorável com 42 semanas e cesárea anterior.

Durante o parto, as luzes foram apagadas, permanecendo acesa somente a luz cirúrgica. Não sei dizer se o ar-condicionado foi desligado na hora do nascimento ou se a temperatura somente foi adaptada, apenas sei dizer que senti a temperatura muito agradável. Senti que o ambiente estava calmo e todos os comentários eram apenas sobre aquele momento, tão importante para meu marido e eu. Desta vez, meu marido estava ao meu lado durante todo o tempo, com liberdade para circular por onde quisesse. Como entrei em TP durante a madrugada, estavam na maternidade somente nós dois, não haviam familiares para assistir ao parto através do visor plasmático, exatamente como desejei após a minha primeira experiência de parto. Após o parto, a Maria Júlia foi colocada imediatamente para ser amamentada e o cordão umbilical foi cortado somente após parar de pulsar. E, desta vez, a emoção era tanta e me sentia tão acolhida pelo meu marido, pela doula que segurou minha mão por diversas vezes e pela obstetriz que estava sempre ao meu lado que nem mesmo senti aquele puxa-empurra no meu corpo durante o ato cirúrgico. E, como da primeira vez, não senti dor durante a anestesia , não senti enjoo ou cheiro algum. Fui tomada pela mesma emoção do nascimento da minha primeira filha, mas desta vez pude tocá-la, sentí-la e amamentá-la. Não chorei e depois pude ver nas fotos do nascimento da Maria Júlia que eu sorri o tempo todo.

Minha segunda filha nasceu há exatamente 2 meses, no dia 02 de abril de 2016, às 03h41, com 3,480 Kg. Me levaram do centro cirúrgico para a sala de recuperação e me sentia em êxtase, simplesmente pelo fato de saber que, desta vez, ela escolheu sua data de nascimento.

O meu segundo relato de parto

O meu segundo relato de parto

Como a cesárea não foi agendada e cheguei à maternidade num sábado, os quartos estavam lotados e fiquei bastante tempo na sala de recuperação até a liberação da acomodação. Foi lá, na sala de recuperação, que minha primeira filha conheceu sua tão esperada irmãzinha, como mostrei aqui.

Sobre esta experiência

Desejei ter um parto normal, talvez até natural, mas não nutri o sonho de um parto romântico, destes na penumbra, à luz de velas. Desejei ter um parto vaginal principalmente para reduzir as chances de alergias. Conceitualmente, uma cesárea não tem como ser humanizada, uma vez que a humanização do nascimento pressupõe o protagonismo da mulher. Mas, desta vez, a cesárea foi envolvida com muito respeito, atenção aos tempos do bebê, acolhimento à minha vontade dentro do possível em uma sala de cirurgia. Por isso, agradeço primeiramente à Deus pela filha linda e saudável que tivemos, agradeço ao meu marido por aceitar e respeitar a minha espera pelo nascimento da Maria Júlia (afinal, com 40 semanas, metade das pessoas que conheço já teriam optado por agendar a cesárea) e, por fim, agradeço o respeito, atenção e incentivo da equipe do Programa Parto sem Medo.

O meu segundo relato de parto

Um abraço,

O Blog Desafio Mamãe não é um diário, mas é natural que eu sempre traga assuntos relacionados aos momentos que estou passando, e é por isso que, às 41 semanas de gestação da Maria Júlia, tenho escrito tantos posts relacionados à gestação e nascimento.

20 Livros para Gestantes (Nascimento)

Hoje, trago para vocês, a dica de 18 livros para gestantes sobre o assunto Parto Humanizado. Vamos à lista?

  1. A Cesariana, de Michel Odent
    • Hoje, em muitas partes do mundo, pelo menos um em cada quatro bebês nasce por cesariana. Este é o primeiro livro que se dedica a todos os temas relacionados no procedimento. Por ter participado de meio século da história da cesariana, Dr Michel Odent está extraordinariamente preparado para levantar questões fundamentais como:
      Como uma operação de salvamento se tornou uma prática de parto tão comum?
      Por que o índice de cesarianas é de 10% em alguns lugares e de 50% em outros?
      Por que procedimentos arriscados, como o parto com fórceps, não foram eliminados pela cesariana?
      Por que devemos adotar uma postura diferente em relação às cesarianas sem trabalho de parto, cesarianas com trabalho de parto e cesarianas de emergência?
  2. A Doula no Parto, de Fadynha
    • Este livro pretende trazer informações sobre a Doula e seu papel de acompanhante de parto. A palavra Doula, em grego, significa aquela que serve outra mulher e refere-se à acompanhante de parto especialmente treinada para oferecer apoio contínuo físico e emocional à parturiente e a seu parceiro durante o trabalho de parto e o parto, no intuito de lhes trasmitir segurança e tranquilidade. A Doula não substitui o acompanhante escolhido pela mulher (seja o seu marido ou a sua mãe) e muito menos o obstetra. Em seu trabalho – realizado sem interferir com a equipe médica -, ela procura utilizar técnicas de respiração, relaxamento, massagem e métodos não-farmacológicos de alívio à dor, buscando auxiliar a mulher na escolha de posições mais confortáveis para o parto.
  3. Dar à Luz, Renascer, de Lívia P.F.Rodrigues
    • Cuidados com o corpo e com a alma são fundamentais para uma boa gravidez, um bom parto e um encontro feliz com o bebê, segundo a autora. Ela é nutricionista, conduz grupos de preparação para gestantes há vários anos e é mãe de cinco filhos. Alimentação, relaxamento, a vida sexual do casal, a comunicação com o bebê são alguns tópicos abordados. O que distingue o trabalho de Lívia é sua postura de vida holística e o modo afetuoso e coloquial com que dialoga com as leitoras, mulheres de qualquer lugar do Brasil.
  4. Gravidez, Parto, Pós-parto e Cuidados com o Recém-nascido, de Organização Mundial da Saúde
    • A Organização Mundial da Saúde preparou este ‘Guia sobre gravidez, parto e cuidados ao recém-nascido’ com o apoio do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa. Seu principal objetivo é o de fornecer guias e informações para o cuidado das mães e recém-nascidos, com o intuito de reduzir a mortalidade materna e infantil, sem a necessidade de tecnologias caras e altamente especializadas. Este Guia apresenta inúmeras orientações para a tomada de decisões referentes à saúde infantil e materna, programas de treinamento e de cuidado de saúde e a descrição completa das necessidades do binômio mãe-criança para o êxito da gravidez, do parto e do período neonatal.
  5. Humanização do Parto: política pública, comportamento organizacional e ethos profissional, de Mônica Bara Maia
    • “Parir e nascer, definitivamente, não são processos ‘naturais’ nem meramente fisiológicos. São eventos sociais e culturais complexos, que envolvem interações entre indivíduos, grupos sociais e organizações (hospitais e maternidades), com poderes e legitimidades diferenciados”. A partir desta constatação, a autora faz uma investigação sistemática sobre como disputas em torno do modelo de assistência ao parto tornam-se obstáculos para a implementação de uma política que considere mais o papel da mulher e minimize os impactos negativos de uma excessiva hospitalização do processo. Com base no caso da rede hospitalar de Belo Horizonte – pública, filantrópica, privada contratada e privada não contratada pelo SUS –, verifica em que medida as políticas nacionais de humanização do parto se operacionalizaram, como se portaram profissionais obstetras (médicos e enfermeiras) e quais foram as dificuldades institucionais enfrentadas para colocar em prática essas políticas. Fornece, assim, valiosos indicadores para todos aqueles empenhados na efetiva humanização do parto no Brasil.
  6. Humanizando Nascimentos e Partos, de Daphne Rattner e Belkis Trench
    • Neste livro, diferentes profissionais analisam os partos e nascimentos sob uma ótica pouco comum nos dias atuais, privilegiando o aspecto humano numa sociedade dominada pela técnica. Médicos, psicólogos, pediatras, parteiras e educadores, cada qual à sua maneira, contribuíram para o conceito de humanização, enriquecendo este trabalho e conquistando lugar nas corporações médica e de enfermagem, criando voz na mídia e alcançando aprovação da opinião pública e do Ministério da Saúde, que de maneira efetiva vem adotando medidas no sentido de humanizar os serviços, principalmente nessa área.
  7. Lobas e Grávidas: Guia Prático De Preparação Para O Parto Da Mulher Selvagem, de Lívia Penna Firme Rodrigues
    • As lobas, do título, é uma menção ao famoso best seller Mulheres que correm com os lobos, que inspirou a autora. E a mulher selvagem, do subtítulo, refere-se à capacidade intuitiva de toda mulher para saber como agir em relação à gravidez, ao parto e aos cuidados com o bebê. O livro traz orientação completa para que a gestante tenha uma boa gravidez e um parto natural. Inclui uma série de ilustrações muito claras de exercícios.
  8. Memórias do Homem de Vidro – Reminiscências de um Obstetra Humanizado, de Ricardo Herbert Jones
    • Ao dividir com os leitores suas histórias, suas dúvidas, angústias, alegrias e tragédias, o autor nutre a esperança de que uma nova aurora venha a surgir no horizonte do nascimento humano.
  9. Mulher, Parto e Psicodrama, de Vitória Pamplona
    • Este trabalho pioneiro apresenta a possibilidade de realização de partos criativos, espontâneos e tranqüilos através de uma metodologia de preparação de gestantes que se utiliza de técnicas psicodramáticas. A quebra de tabus como o da dor e do medo do parto coloca uma nova realidade para as mulheres e oferece-lhes uma opção e uma qualidade de vida mais saudáveis.
  10. Nascer Sorrindo, de Frédérick Leboyer
    • O livro ‘Nascer sorrindo’, do Dr. Leboyer, um obstetra francês que usa técnicas inovadoras no parto, defende que, como a criança está envolta por líquido, que abafa o som e a mantém no escuro durante toda a gestação, quentinha, aconchegada, o momento do parto é extremamente traumático para ela. De repente, luz, barulho, frio. Esse choque afeta a pessoa deixando seqüelas irreparáveis em sua personalidade. Por isso ele mantém as salas de parto na penumbra e silêncio. A criança é, depois de ‘expulsa’, imediatamente envolta de modo a manter-lhe o calor e sua adaptação ao meio externo é feita gradual e lentamente. Depois de alguns meses de aplicação da técnica, foi convocada uma reunião para avaliar os resultados e chegou-se à conclusão de que os bebês nasciam sorrindo, pois o parto se dá sem violência.
  11. O Camponês e a Parteira, de Michel Odent
    • Este livro oferece uma contribuição ao universo que liga o camponês e a parteira em oposição à agricultura industrializada e ao obstetra, redimensionando o parto e sua contextualização na vida de cada um de nós e sugerindo uma alternativa ao alcance de nossas mãos.
  12. O Parto na Água, de Cornelia Enning
    • Este guia completo e prático descreve detalhadamente os procedimentos e possibilidades de desenvolver a técnica do parto na água.
  13. O Renascimento do Parto, de Michel Odent
    • Neste livro, o autor fala de sua experiência ao assumir a direção do setor da maternidade do hospital da pequena cidade de Pithiviers, que fica a cerca de 100 km de Paris. Conduzido por seu senso de respeito aos processos naturais e grande observação, Michel Odent mostrou ao mundo como é possível uma maternidade prestar um serviço de atendimento ao parto respeitoso e ao mesmo tempo seguro. Respeitoso sob o ponto de vista da parturiente que tem suas necessidades atendidas, sua individualização preservada em detrimento de condutas padronizadas e a liberdade de assumir posições não habituais no momento do parto, e até mesmo a possibilidade de utilização de água durante o trabalho de parto, para alívio das dores.
  14. Parto Ativo, de Janet Balaskas
    • A preocupação básica deste livro é com o parto normal e suas variações comuns, que normalmente não necessitam de intervenção obstétrica especializada. Mulheres que se prepararam nesse sentido e depois acabaram enfrentando uma complicação inesperada ou tiveram necessidade da ajuda de medicamentos para aliviar a dor, frequentemente encontraram uma maneira de combinar o Parto Ativo com os procedimentos obstétricos.
  15. Parto com Amor, de Luciana Benatti e Marcelo Min
    • Este livro reúne histórias de mulheres para mulheres. O obra busca revelar a trajetória percorrida por nove mães – entre elas a autora – para conquistar o parto desejado. Seus medos, fraquezas e dificuldades estão aqui expostos da mesma forma com que suas alegrias e vitórias são compartilhadas. O instante do nascimento, as horas que o antecederam e os primeiros momentos de vida do bebê são eternizados em fotos.
  16. Parto Natural, mesmo após uma cesárea, de Helene Vadeboncoeur
    • Quais são os riscos? Quais são as vantagens? Qual é a melhor escolha em determinado caso? A autora, Hélène Vadeboncoeur, insere você em sua pesquisa de trinta anos sobre o parto natural após cesárea e lhe dá um vislumbre de experiências de outras mulheres através de relatos em primeira mão. Estudos científicos e experiências vivenciadas por mulheres que tiveram seus bebês pelo parto natural ajudarão a entender os procedimentos. Mesmo que você não opte por este tipo de parto, este livro será muito útil para o seu conhecimento como gestante. Relatos de experiências vivenciadas por algumas mulheres brasileiras enriquecem o conteúdo. Se depois de ler este livro você decidir manter-se longe das salas de operação para o nascimento do seu próximo bebê, você estará preparada para enfrentar um conjunto de emoções completamente diferentes.
  17. Parto Normal ou Cesárea, de Carmen Simone Grilo Diniz e Ana Cristina Duarte
    • Livro elucidativo, de autoria de especialistas no assunto, mostra a possibilidade de partos humanizados, que resultem de segurança e satisfação. Esclarecimentos que abordam os avanços da assistência médica à parturiente, contribuindo para a segurança e a sobrevivência de mães e bebês nos partos, para que não sejam considerados uma tortura às mulheres, mas uma experiência emocional, social e corporal saudável. Trata detalhadamente de temas como o direito à escolha do parto e seu planejamento, as evidências científicas a respeito do parto normal e da cesárea, a vida sexual pós-parto e a participação dos homens nos partos.
  18. Se Me Contassem o Parto, de Frédérick Leboyer
    • Se me Contassem o Parto é uma descrição original, simples, rigorosa, precisa e, ao mesmo tempo, poética, para não dizer espiritual, mística, desse processo tão rico e complexo que é o parto. Este livro em nada se parece com um trabalho de obstetrícia, ainda que nele seja constante a preocupação com a exatidão. Ele se destina tanto às futuras mamães quanto às pessoas que a assistirão (obstetras, parteiras etc.).

Não tive tempo (infelizmente) de ler metade deles, principalmente pela necessidade de dar atenção à primogênita, uma menina de 6 anos esperta e cheia de energia. Mas, alguns títulos me encantaram como Nascer SorrindoParto com Amor.

Principalmente se for o seu primeiro bebê, reserve um tempo num lugar tranquilo de introspecção e relaxamento para este tipo de leitura.

Um abraço,

No último sábado, entrei na 41ª semana de gravidez, ou seja, estamos hoje no nono dia após a DPP – Data Provável do Parto. De acordo com a Revista Crescer (artigo completo, aqui), a Organização Mundial de Saúde calcula a data provável do parto para 40 semanas após o primeiro dia da última menstruação e considera um bebê que nasce após a 42ª pós-termo. Portanto, a partir da 40ª semana e um dia, os cuidados e o acompanhamento médico devem ser redobrados. Assim, na última quarta-feira, o obstetra solicitou-me os exames Perfil Biofísico Fetal e Cardiotocografia para uma espera “responsável” (avaliação do feto e do líquido amniótico a fim de evitar riscos).

O site Baby Center Brasil explica que a cardiotocografia é um exame que verifica se o bebê está bem e detecta a presença ou não de trabalho de parto. Os cintos elásticos com sensores na barriga captam os batimentos cardíacos do bebê, a frequência e a intensidade das contrações uterinas.

A cardiotocografia é realizada em situações como:

  • Quando a bolsa rompe antes de 37 semanas de gestação.
  • Quando, no último trimestre da gravidez, a mãe acha que o bebê parou de mexer ou está mexendo bem menos.
  • Quando a gestação passa de 40 semanas, para ter certeza de que o bebê continua bem enquanto se espera o início natural do trabalho de parto.
  • Quando a mãe tem alguma doença ou complicação (hipertensão, diabete gestacional, cardiopatias, anemias, doenças reumatológicas, trombofilias).
  • Quando há suspeita de infecção dentro do saco gestacional (corioamnionite).
  • Durante o trabalho de parto, para verificar a frequência e a intensidade das contrações e ao mesmo tempo avaliar as condições do bebê.

A cardiotocografia

Passada a 38ª semana de gravidez, tenho sido bombardeada com a pergunta de para quando é o bebê, principalmente pelo Brasil ainda ser líder mundial em cesáreas e estarmos todos acostumados às gestações de até 38 ou 39 semanas. Contudo, tenho respirado fundo e mantido o foco, uma vez que, desta vez, optei pelo parto normal.

Como minha gravidez é de baixo risco, até então tenho esperado para entrar em trabalho de parto naturalmente, o que envolve menos problemas do que fazer um parto normal induzido ou uma cesárea. Por enquanto, tenho utilizado somente de métodos naturais para indução do trabalho de parto, assunto que prometo trazer em um próximo post.

Um abraço,