O meu primeiro contato com um profissional de fonoaudiologia aconteceu devido as dificuldades da Maria Eduarda, como contei para vocês neste post. Em 2018, o Blog Desafio Mamãe firmou parceria com a Raquel Luzardo, diretora da Clínica FONOterapia, para trazer seus textos, tão ricos, para o blog. Além disso, venho acompanhando o IG da clínica que não para de crescer. Contudo, tenho estado atenta às dicas e orientações da Raquel sobre o desenvolvimento da fala. E, tenho estado atenta não só ao desenvolvimento da Maria Eduarda, mas também da Maria Julia, de 4 anos.
Com isso, o tema de hoje, fala infantilizada, já foi uma dúvida que levei para a Raquel, que atua em atendimento infantil, orientação familiar e assessoria escolar, pois observei que aos 4 anos de idade a Maria Julia ainda utiliza palavras erradas como ôinbus (ônibus), pomentar (experimentar), memo (mesmo), piu piu (pássaro) e etc. E, a Raquel me ajudou com o conteúdo do texto de hoje. Olha só o que ela diz:
“É quase irresistível, e muito comum, que pais, tios e avós falem com as crianças de forma infantilizada. Esse tipo de comunicação coloca em risco o desenvolvimento da fala, apesar de ser feita sempre com a melhor das intenções! Isto porque ao utilizar palavras erradas, no diminutivo ou em linguagem infantilizada a criança pode assimilar a fala da maneira incorreta.
A partir dos cinco meses de idade os bebês começam a emitir alguns sons com a intenção de se comunicar, mas é por volta de um ano e meio que começa apresentar um vocabulário maior. Os pais não podem incentivar o filho a falar errado, ainda que achem bonitinho, é recomendado que sempre falem de forma correta. Lembre-se: é o modelo de fala do adulto que gera o padrão de fala da criança!
Para estimular o desenvolvimento da fala, o ideal é que a família mantenha uma boa comunicação desde o nascimento, contando tudo que estão fazendo juntos, conversando bastante com o bebê. Por exemplo, durante o banho, troca de roupa, refeições, nomeie as partes do corpo, comida, peças de roupa – sem usar palavras no diminutivo ou apelidos! Quando passearem, fale sobre o caminho, o lugar que estão, comente a situação. Isso vai mostrando ao bebê a importância da comunicação!
Outra dica relevante é cantar e ler para as crianças! Esse hábito promove o desenvolvimento da linguagem falada e, mais tarde, estimula o interesse pela linguagem escrita!
E quando a criança pronuncia uma palavra errada? Muitos pais corrigem as crianças, sendo que o ideal é que falem de maneira correta, dando sempre um modelo de linguagem, mas não a corrija. Quando os pais perceberem que a criança tem dificuldade para falar certas palavras, tente usá-las com mais frequência durante uma conversação espontânea com a criança, pois elas assimilam por repetição.
É importante estar ciente que as crianças passam por um aprendizado dos sons da língua intenso ao longo da sua primeira infância (até os 4 anos de idade) e, nessa fase de descoberta, podem acontecer muitas alterações na fala por ser o primeiro contato da criança com as palavras. Nesse período falar errado é comum, faz parte da infância, mas após essa idade a criança pode estar com problemas! Ao perceber que a criança está demorando a falar ou quando fala aparece uma quantidade grande de erros ou fala ininteligível, o mais indicado é procurar um especialista!”
Assim, de lá para cá, tenho seguido sua orientação: quando a Maria Julia pronuncia uma palavra errada (o que acho muito bonitinho, principalmente se tratando da nossa filha caçula), me esforço para não a corrigir e formulo uma frase com a palavra que ela pronunciou de forma incorreta, corretamente. Por exemplo:
– “Olha o ôinbus de Natal, mamãe.”
E eu respondo:
– “Nossa filha, que ônibus lindo! Todos os ônibus da cidade poderiam ser iluminados, não é mesmo? Qualquer dia desses, a mamãe a levará para andar de ônibus.”
Assim tenho feito e o resultado realmente tem aparecido.♥
Há exatamente um ano, houve a transmissão de um novo coronavírus. A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus que apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves.
Neste ano, muitas gerações experimentaram viver uma pandemia. Antes mesmo do decreto municipal que colocou todos em isolamento social, em 16 de março minhas filhas e eu deixamos de frequentar presencialmente o trabalho e a escola.
Como toda família, minha família e eu também tínhamos planos para 2020, como o casamento da minha prima no interior de São Paulo, onde seríamos padrinhos e daminhas, o aniversário de 4 anos da Maria Julia em buffet infantil e planejávamos viajar para Caldas Novas nas férias de fim de ano. Todos os planos foram adiados.
Sem dúvida, 2020 foi o ano mais difícil das últimas décadas. Em um piscar de olhos, tivemos de remodelar nossas vidas e tivemos de conviver com o “novo normal”. E, não foi diferente com os posts do Blog Desafio Mamãe, que completou 7 anos de existência: deixei de falar sobre viagem com crianças e diminui consideravelmente os posts sobre passeios com crianças e ideias para festas e decoração para falamos muito mais sobre saúde, entretenimento em casa e solidariedade.
E que bom que você, leitor(a), gostou dos temas escolhidos para os posts! Enfim, chegamos ao último post do ano e para começar o ano novo em outro astral, vamos relembrar os bons momentos com os 10 posts mais lidos de 2020 do Blog Desafio Mamãe.
10⁰ lugar
Em 2020 foram publicados 60 posts. O 10⁰ lugar é do post Casa da Toalha, onde conto que meu marido e eu ganhamos um jogo de toalha 100% algodão fio penteado e ofereço o cupom de desconto DESAFIOMAMAE para você confirmar que a Casa da Toalha trabalha com toalhas de qualidade incomparável.
9⁰ lugar
Ah, que saudades de fazer uma festa, não é mesmo? O 9⁰ lugar é do post 10 anos da Duda, nossa primogênita, onde mostro o trailer e todos os detalhes desta festa em que os meninos também entraram para a lista de convidados.
8⁰ lugar
O 8⁰ lugar é do post Canal CasaLonge de Casa, o canal do YouTube que venho acompanhando sobre os pais de primeira viagem Ana e Mikael, que compartilham com bom humor e emoção os desafios e as belezas da maternidade e paternidade do pequeno Ravi. Lindo de viver!
7⁰ lugar
Neste ano, descobri que você, leitor(a), gosta tanto de cupons de desconto quanto eu! O post Cupons de desconto Laluna Modas está em 7⁰ lugar na lista dos posts mais lidos de 2020. Confira os cupons atualmente válidos para compras realizadas através deste link: www.lalunamodas.com.br.
6⁰ lugar
Trocando as dicas de passeios e viagens com crianças para dicas de entretenimento em casa, o 6⁰ lugar é do post 7 filmes infantis imperdíveis disponíveis na Netflix. Se não conferiu, não perca tempo: prepare a pipoca e chame as crianças para a sessão cinema em casa!
5⁰ lugar
O 5⁰ lugar é do post Disgrafia, onde conto com a ajuda da Raquel Luzardo, fonoaudióloga e especialista em linguagem e desenvolvimento infantil, para explicar o que é Disgrafia. É também neste post que respondo que não, que a Maria Eduarda não foi diagnosticada com disgrafia devido a troca acentuada de letras na escrita (por isso é tão importante termos o acompanhamento de um profissional fonoaudiólogo).
4⁰ lugar
O primeiro post sobre chá revelação do Blog Desafio Mamãe está em 4⁰ lugar na lista. Menos popular no Brasil há alguns anos, não realizei o Chá Revelação para minhas filhas, por isso, os clicks da Retrô Kids Fotografia e Filme ilustram o post Chá Revelação Carneirinho.
3⁰ lugar
O terceiro post do Blog Desafio Mamãe sobre o Uso da chupeta está em 3⁰ lugar. No primeiro post, trouxe a resenha do livro O Balde das Chupetas, no segundo post, chamado Tchau, Chupeta!, contei como foi o momento da despedida da chupeta da minha filha mais velha. E no terceiro post, a Raquel Luzardo, especialista em linguagem e desenvolvimento infantil, conta tudo o que você precisa saber sobre o uso da chupeta. No post, também mostro o momento da despedida da chupeta da minha filha caçula, ao completar 4 anos de idade.
2⁰ lugar
Sabe aquela festa que de tão legal a sua filha de quase 4 anos passa a curtir um desenho dos anos 90? Foi assim com a festa no Tema Power Rangers, realizada pouco antes da pandemia do novo coronavírus. O 2⁰ lugar é do post com todos os detalhes desta festa.
1⁰ lugar
Principalmente em momentos como estes que estamos vivendo, é natural que nossos filhos são uma das nossas maiores preocupações (sejam eles ainda crianças ou adultos). Por isso, o 1⁰ lugar é do post Oração para abençoar os filhos.
Em algumas horas, um ano novinho virá por aí. Além da notícia sobre o início da campanha massiva de vacinação contra o novo coronavírus no Brasil, que assunto gostaria de ver aqui em 2021? Deixe seu comentário!
Há quinze dias, com o aumento da instabilidade da pandemia, o governo do estado de São Paulo e o centro de contingência da covid-19 decidiram que o estado de São Paulo vai retornar para a fase amarela a fim de evitar aglomerações e o aumento do contágio da Covid-19, o que pode significar que a abertura dos setores de cultura e lazer voltem a acontecer somente quando a cidade voltar para a fase verde do Plano São Paulo (uma vez que as prefeituras têm autonomia para decidir o que e quando deve reabrir).
Por isso, no post de hoje, a fonoaudióloga Raquel Luzardo, especialista em linguagem e atendimento infantil, nos dá dicas de brinquedos e brincadeiras para fazer dentro de casa para estimular a linguagem e as habilidades linguísticas nas crianças.
Como estimular a linguagem e as habilidades linguísticas nas crianças
Os brinquedos e as brincadeiras, além de serem um meio de distração e de entretenimento para as crianças, são importantes no processo de desenvolvimento cognitivo. É brincando que elas desenvolvem a memória, a criatividade, o raciocínio e a solução de problemas. É nas brincadeiras que a criança se relaciona com o mundo e o brinquedo é o estimulador da curiosidade e da iniciativa, proporcionando uma divertida forma de desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da atenção.
Os primeiros seis anos de vida de desenvolvimento da criança são fundamentais. É a fase onde se deve ter mais atenção aos estímulos que as crianças recebem.
Raquel Luzardo mostra a importância dos jogos lúdicos na primeira infância e dá algumas dicas de brinquedos e brincadeiras para cada faixa etária.
Estimulando os sentidos
De 0 a 2 anos
Durante os primeiros anos, a criança explora os brinquedos de várias maneiras: leva à boca, deixa rolar ou joga no chão. É importante experimentar por meio do tato, da audição, do olhar, do paladar ou do olfato. Os brinquedos devem ter diferentes texturas, diversas cores e fazer sons variados para desenvolver a percepção sensorial. São com os brinquedos que as crianças aprendem noções de tamanho, forma, som, textura e como funcionam as coisas.
“Os bebês adoram apertar, sacudir, jogar, bater, empilhar. Nessa fase, o ideal são brinquedos leves para que possam colocar na boca, móbiles que eles possam tocar, chocalhos, bichinhos de borracha que produzem som, brinquedos flutuantes para o banho, livrinhos de pano, grandes cubos para empilhar”, sugere Raquel.
Por volta de um ano, as crianças começam a dar os primeiros passos e já conseguem interagir com outras crianças e adultos. Mas ainda levam coisas à boca. Nessa fase é importante que os brinquedos não contenham peças pequenas que podem ser engolidas. “Dê preferência aos brinquedos certificados pelo Inmetro”, orienta.
Entre 1 e 2 anos, as crianças ainda vão se divertir com os brinquedos que já possuem, mas também vão gostar de livros com ilustrações de objetos familiares, carrinhos que possam puxar ou empurrar, brinquedos de montar e desmontar ou simples caixas com coisas dentro para tirar e colocar de volta. Instrumentos musicais, como pianinhos, cornetas e tambores também são indicados. “Nessa idade é importante que elas comecem a guardar seus brinquedos. Estimule a fazer isso como parte da brincadeira. Pode cantar uma musiquinha no tema para incentivar”, sugere a fono.
No mundo da fantasia
De 3 a 6 anos
Nesta fase, os brinquedos vão ajudar a estimular, além da linguagem, o conhecimento, a coordenação motora e também a imaginação.
As crianças gostam de bonecas, casinhas, carrinhos, fantasias e tudo que estimule o faz de conta. É com essa idade que elas serão príncipes, princesas, super-heróis e vão adorar brincar de casinha, policial, mamãe e filhinha, e outros personagens. É vivendo esses papéis que elas entendem porque a mãe fica brava, elabora a raiva que sentiu quando o amiguinho pegou seu brinquedo, imita a professora, voa como o Super Homem, etc.
Brinquedos que estimulem o faz de conta, como fantasias e equipamentos que complementem o seu mundo imaginário são importantes nesta etapa. “Sugiro supermercado em miniatura com dinheirinho de brinquedo, caixa registradora, telefone, cidadezinhas, zoológico, fazendinha, posto de gasolina, fantoches, fantasias, bonecas e casinha com móveis, utensílios de cozinha e comidinhas.
Elas já podem brincar com brinquedos de montar e desmontar mais elaborados. Como não levam mais as peças à boca, os brinquedos podem ter pecinhas menores”, diz Raquel. Livros de histórias com figuras coloridas também são indicados.
Jogos com regras fáceis também ajudam a trabalhar o raciocínio e as emoções. Com jogos em que se ganha ou perde, as crianças começam a trabalhar a frustração. Aprender a lidar com esse sentimento e poder verbalizar é essencial para o seu equilíbrio emocional e o desenvolvimento psicossocial.
Outras ideias: massinha de modelar, giz de cera, quadro-negro com giz, quebra-cabeça, jogo da memória, Lego.
Hora do Jogo
Crianças de 7 a 12 anos
Nesta idade, ser aceito pelos amigos é muito importante e o jogo corporal se evidencia nos esportes. A convivência se aprimora com os jogos de bolinhas de gude, brinquedos de montar, jogos de tabuleiro e de cartas que, além de incentivar a competição saudável, desenvolvem aspectos linguísticos e sociais. Mais velhas, as crianças desta faixa etária já podem brincar com jogos de regras e devem ser estimuladas a ler e fazer atividades que envolvam habilidades físicas. São indicados para esta fase os jogos como quebra-cabeças e jogos de tabuleiros, que devem começar de forma bem simplificada, com poucas peças ou peças grandes e regras simples de cumprir. Com o tempo, os jogos podem ir ganhando complexidade conforme as crianças forem crescendo. Também vão gostar de objetos que estimulem a imaginação e as descobertas, favorecendo também o aumento do vocabulário e a estruturação do pensamento.
Para esta fase, a sugestão também são livros, jogos de tabuleiro, jogos de mesa, lupa, luneta, kits de mágico ou de cientista, equipamentos eletrônicos e esportivos, bolinhas de gude, corda para pular, patinete, bicicleta, quebra-cabeças, Lego.
Entre 9 e 12 anos
Os pré-adolescentes já estão em fase de definir seus gostos e interesses. Segundo Raquel, os pais já podem consultá-los sobre o que gostariam de ganhar. No entanto, é válido despertar neles o gosto por coisas que os estimulem a raciocinar, a se mexer e usar a criatividade.
A orientação para a escolha dos brinquedos não pode se basear somente no critério de indicação por faixa etária. Cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento e características pessoais únicas que a diferencia das demais. “Além da idade, devemos também levar em consideração a individualidade da criança, seus interesses e gosto pessoal”, lembra a fonoaudióloga.
Brincadeiras divertidas
acampamento diferente: vale montar a barraca no meio da sala ou improvisar com lençóis, cadeiras e almofadas;
piquenique maluco: que tal estender uma toalha no chão da sala e fazer um jantar diferente?
jogos diversos: de tabuleiro, pega varetas, dominó, memoria, damas;
uma caixa de papelão grande pode virar uma casinha ou um foguete. Use a imaginação!
caça ao tesouro: esconda as pistas pela casa;
corrida de aviões de papel: vale decorar os aviões com canetinha ou usar as folhas de uma revista velha;
memória de objetos: selecione alguns objetos e peça para a criança observar por alguns segundos. Depois esconda um e ela tem que descobrir qual objeto está faltando!
troca-troca de lugar: observar por 1 minuto um dos cômodos da casa – a sala por exemplo – e depois sair. Mudar algo de lugar (ex: colocar na estante o vaso que estava na mesa). Voltar para o cômodo e tentar adivinhar o que foi mudado de lugar;
batata quente com o celular: passar o celular de mão em mão com o timer ligado. Aquele que for fotografado, perde;
barquinhos de papel: vale colocar os barquinhos para flutuar no balde com água ou banheira;
fui para a lua e levei… : pode ser brinquedos, alimentos, peças de roupas, animais, qualquer categoria. O primeiro diz: “Fui para a lua e levei uma maçã.” O outro diz: “Fui para a lua e levei uma maçã e uma banana”. E assim sucessivamente, sempre acrescentando um item. Quando alguém errar a ordem ou esquecer de alguma coisa começa tudo outra vez com outra categoria;
qual é a música: falar uma palavra e tem que cantar uma música que tenha aquela palavra na letra. Use o repertório da criança.
Raquel Luzardo, casada com o Yan e mãe do Gabriel, é Diretora da Clínica FONOterapia com atuação em atendimento infantil, orientação familiar e assessoria escolar.