Sei que às sextas-feiras é dia de compartilhar dicas de passeios ou viagens com crianças no Blog Desafio Mamãe, mas peço licença para usar o post de hoje para, mais uma vez, escrever sobre os avós, pessoas tão especiais em nossas vidas.
Se você acompanha nossa história através do blog, sabe que, até o primeiro ano de vida da minha primogênita, ela foi cuidada por uma babá. A partir de 1 ano e 2 meses, ela passou a ficar meio período na escola e meio período aos cuidados da avó materna. Isso durou até ela completar 4 anos, quando começou a frequentar a escola em período semi-integral.
Com Maria Júlia, a situação foi um pouco diferente. Até 1 ano e 10 meses, ela ficou aos cuidados da avó materna, começando a frequentar a escola em período semi-integral somente após essa idade. Como eu frequentemente chegava tarde do trabalho (entre 18h e 20h), as meninas permaneciam com os avós maternos até que eu chegasse para buscá-las.
Até meados de 2015, os avós maternos e paternos eram vizinhos, o que ajudou a fortalecer os laços das meninas com eles. Infelizmente, o vovô paterno faleceu quando nossa primogênita tinha 5 anos de idade e nossa caçula ainda não havia nascido. Conviver com um neto proporciona momentos de alegria e amor, e netos que possuem memórias carinhosas desses momentos são verdadeiramente privilegiados.
Há nove anos, escrevi sobre a relação entre avós e netos e como ela fortalece os laços familiares, trazendo benefícios para a saúde física e emocional deles. E hoje, conto com a ajuda da psicóloga Bárbara Couto para aprofundar ainda mais esse tema.
A psicóloga Bárbara Couto explica que um dos principais fatores que contribuem para a depressão em idosos é o isolamento social. “Sentir-se amado e amar fortalecem a saúde mental. A presença do neto traz momentos de alegria e diversão, que aumentam a liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, associados ao sentimento de felicidade”, afirma Bárbara.
Manter-se ativo estimula o cérebro a manter e até melhorar funções cognitivas como atenção, memória e raciocínio, além de reduzir o risco de demência e Alzheimer. “Com o avanço da ciência, vivemos mais e melhor. A terceira idade deve ser encarada como mais uma fase a ser aproveitada. Manter-se ativo aumenta a autoestima e a autoconfiança, sentimentos cruciais para envelhecer com saúde mental. Além disso, tanto a atividade física quanto a socialização proporcionada por ela reduzem o risco de depressão e ansiedade”, alerta Bárbara Couto.
Avó é Mãe com Açúcar
Embora seja um clichê, muitos avós garantem que é verdade. “A avó não tem o mesmo compromisso com a educação rígida. Essa leveza dos avós se deve ao fato de que eles costumam estar menos pressionados pelas responsabilidades com a educação, dinheiro, saúde e casa. Os pais enfrentam a pressão de educar, transmitir valores, disciplina e limites, enquanto os avós podem oferecer uma rede de apoio sem a necessidade de disciplinar rigidamente, oferecendo mais amor, compreensão e acolhimento. Essa relação é baseada no afeto, com menos conflitos e tensões, e um amor que não é tão afetado pelas preocupações do cotidiano”, explica Bárbara.
Ela acrescenta: “Nessa relação leve, ambos saem ganhando. Para os avós, é uma forma de prevenção contra a depressão e uma motivação para um envelhecimento saudável e amoroso. Para os netos, é uma relação de amor incondicional, que cria vínculos emocionais fortes, trazendo bem-estar e servindo como um refúgio de paz para ambos.”
Sobre a Psicóloga Bárbara Couto
Bárbara Couto é graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de Brasília (UNICEUB) e possui Mestrado em Psicologia Clínica e Saúde pela Universidad Europea del Atlántico (UNIAtlântico), na Espanha. Ela é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Neurociências e Comportamento pela PUC-RS, e em Neuropsicologia Clínica pela Capacitar. É autora de dois livros publicados pela Drago Editorial: “Permita-se”, sobre relacionamentos abusivos e libertação emocional, e “Aceita-se”, sobre tabus e a necessidade de autoaceitação.
Um abraço,