Mãezinha, só para as minhas filhas!

31 de agosto de 2016

São conhecidos os pronomes de tratamento. Já fui senhorita, hoje sou senhora, madame (em francês, senhora), dona. E, preferencialmente, você (contração de Vossa Mercê). Eventualmente, quando estou com minha(s) filha(s), me chamam de “mãezinha” (Isso provavelmente acontece com você também, principalmente se seu filho(a) ainda for bebê).

Para mim, vulgo  “mãezinha”, pois assim como não gosto do termo “mãe em tempo integral” (como expliquei neste post), também não gosto de ser chamada de “mãezinha” por pessoas que desconhecem inclusive meu primeiro nome. Minhas filhas podem me chamar de mãe, mamãe, mãezinha, mainha e qualquer variante da palavra mãe. Agora, pessoas que mal me conhecem, por favor, não me chamem de “mãezinha”.

Minha caçula começou com tosse sexta-feira a noite, no entardecer do domingo a tosse piorou. Segunda-feira, às 08 da manhã, ligo para o pediatra informando tal situação. Seguindo as instruções do pediatra há 2 dias e sem melhoras, a levo para o pronto-socorro na quarta-feira. O pediatra mal a examina e receita: “Xarope de 8 em 8 horas, mãezinha”.

Minha filha mais velha chora para voltar para a escola depois das férias e se queixa que determinado coleguinha bate nas outras crianças. Após o retorno às aulas, minha filha volta a se queixar que o mesmo coleguinha bateu em outra criança, bateu em suas costas e a ameaça constantemente com o olhar e fazendo gestos com as mãos. Sem querer esperar pela reunião de pais e professores, envio reclamação via agenda e cobro providências. A professora responde: “Conversamos com o aluno, mãezinha”.

Sábado ensolarado, coloco a mais nova no carrinho e levo minhas filhas para o parque com o propósito de expô-las aos raios solares. Encontro muitas pessoas desconhecidas. Uma delas aproveita a ocasião e faz perguntas: “Quanto tempo ela tem?” – se referindo à caçula. “Qual a idade dela?” – se referindo à mais velha. “E agora, não vai tentar um menino, mãezinha”?

Mãezinha, só para as minhas filhas!

Ao meu ver, ser chamada de “mãezinha” pelos médicos significa que não sei absolutamente nada sobre a ciência médica e que estou exagerando em relação aos sintomas da minha filha. Doutores e enfermeiros, por favor, não se enganem! Uma mãe pode reconhecer os sintomas de uma enfermidade muito mais rápido do que você, pois conhece o seu filho.

Ao meu ver, ser chamada de “mãezinha” pelos professores, significa que não entendo nada de pedagogia e que estou apenas me queixando da escola. Professores, por favor, não se enganem! Uma mãe pode conhecer as dificuldades do seu filho e reconhecer situações mais graves muito mais rápido do que você, pois conhece o seu filho.

Ao meu ver, ser chamada de “mãezinha” por pessoas que não me conhecem muitas vezes não significa empatia, mas julgamento. Ei você, que tem o costume de chamar mulheres acompanhadas de seus filhos de “mãezinhas”, por favor, não se engane! Esta mulher também tem vida própria, pode fazer e ser uma infinidade de coisas, exceto a SUA mãe.

Abraços,

1 comentário

  1. Rosi

    Concordo!!!! E se eu tivesse um blog escreveria sobre a atitude nojenta de menosprezar professoras chamando-as de “tia”.

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