Dia primeiro de agosto comemoramos o dia mundial da amamentação. Inspirada pela data, quero muito contar a minha segunda experiência com a amamentação. E, como o texto ficaria longo e eu demoraria mais do que o desejado para publicá-lo, decidi dividi-lo em três partes. Neste primeiro post falarei sobre a Lua de Leite e como planejei a minha. No segundo post, trarei os mitos sobre amamentação e, por fim, publicarei sobre o período de amamentação exclusiva da Maria Júlia.
Até o dia do nascimento da minha primeira filha, considerava que amamentar seria algo tão simples quanto carregar o bebê no colo. Considerava que o ato de amamentar seria apenas fisiológico e natural, desconhecendo o tamanho do esforço e determinação que devemos ter para ultrapassar a média brasileira de aleitamento materno exclusivo. Contudo, a minha primeira experiência com a amamentação foi bem rápida, pois passei a complementar as mamadas da primogênita com fórmula infantil quando ela tinha um mês e desde então, desmotivada para insistir no aleitamento materno, minha filha foi sendo sustentando pela mamadeira mais e mais. Com isso, meu organismo passou a considerar que se o bebê não está ingerindo leite, não mais seria necessário produzir a lactase. Portanto, quando minha filha completou apenas dois meses, já não produzia mais leite (também falei sobre a minha primeira experiência com amamentação aqui).
A Organização Mundial da Saúde recomenda a amamentação exclusiva por 6 meses e depois da introdução de outros alimentos, até 2 anos ou mais. Com o intuito de seguir a recomendação da OMS, afim de oferecer proteção a doenças como infecções respiratórias e alergias e desejando prolongar o período de amamentação em relação à minha primeira filha, planejei minha Lua de Leite.
De acordo com a Revista Crescer (artigo completo aqui), Lua de Leite é o tempo de que mãe e bebê necessitam para se conhecerem, se adaptarem à nova vida e fortalecerem os vínculos. O aleitamento é facilitado pela liberação de ocitocina natural por conta do contato pele a pele com o bebê e pela boa produção do leite, em razão da livre demanda. A restrição do mundo externo assegura confiança à mãe, permitindo-lhe um terno início da relação mãe-bebê.
Sem conhecer o termo Lua de Leite, mas seguindo meu coração de que deveria preparar o “ambiente” para a chegada da minha segunda filha, me organizei para que após a sua chegada tivesse tempo suficiente para o contato pele a pele e o máximo de repouso possível. Assim, programei para que minha diarista passasse a vir três vezes por semana para afastar-me das tarefas domésticas durante a minha licença maternidade, meu marido encarregou-se de preparar o almoço durante os primeiros dias após a minha chegada da maternidade e de levar a minha filha mais velha para a escola. Minha mãe ajudou-me “como um anjo” buscando minha filha mais velha na escola e trazendo o jantar, que previamente preparava na sua casa. Tanto na maternidade quanto em casa, recebemos poucas visitas, mantendo sempre um ambiente calmo para o bebê.
Como meu marido trabalhou durante os finais de semana naqueles primeiros dias de vida da nossa caçula e amigos e familiares tiveram conhecimento disto, dias em que costuma-se receber visitas, não precisei esclarecer que estávamos nos resguardando para curtir o novo membro da família. Foi extramente valioso não termos a casa cheia aos sábados e domingos no período de puerpério (período que decorre desde o parto até que o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação). E, talvez a parte mais difícil da Lua de Leite seja exatamente esta, a necessidade de conversarmos, dividir nossos sentimentos com outros casais que passaram pela mesma situação.
O momento que tive muito gosto de ter a casa cheia e mostrar-me minimamente apresentável foi no dia do meu aniversário, exatamente 25 dias após o nascimento da minha filha, quando convidei amigos queridos e familiares para passarmos algumas horas juntos. A “festa” foi rápida e fiz questão de preservar um ambiente tranquilo para que pudesse amamentá-la sem interferências. Todos entenderam e respeitaram.
O planejamento deu certo e o início da nossa relação mãe-bebê foi tranquila e bonita, fazendo com que, desta vez, os sentimentos de melancolia, tristeza, alterações de humor e sentimento de ”refém” da situação não aparecessem tão acentuados como senti após o meu primeiro parto (como contei neste post). Além disso, a Lua de Leite contribuiu para que eu enfrentasse os meus monstros e ultrapasse orgulhosa o período de amamentação exclusiva em relação à minha primeira filha.
E você, conhecia o termo Lua de Leite? Pensa em planejar a sua?
Um abraço,