Refluxo Gastroesofágico
Revisitando a lista para montar o enxoval da Maria Júlia, encontrei os itens travesseiro anti-refluxo para berço e travesseiro anti-refluxo para carrinho. Mas, afinal de contas, o que é o refluxo gastroesofágico?
De acordo com o Dr. Rubens T. Bonomo, médico pneumologista da minha primeira filha, refluxo gastroesofágico é o retorno do conteúdo gástrico (alimentos parcialmente digeridos e secreções) para o esôfago. Os casos típicos são caracterizados por vômitos e regurgitações, entretanto, nem sempre o refluxo se faz presente por estes sintomas. Existe a possibilidade do material refluído ficar contido no esôfago, quando então é chamado oculto ou silencioso, passando despercebido, salvo os casos com manifestações indiretas ou inespecíficas que são indicativas de alguma complicação. Os refluxos quando tem uma evolução isenta de complicações são considerados fisiológicos ou normais, caso contrário, patológicos ou doentes, comumente referenciados como Doença do Refluxo Gastroesofágico (leia o artigo completo, aqui).
E, embora a doença do refluxo gastroesofágico havia sido diagnosticada desde os primeiros meses da minha primeira filha, a doença só foi confirmada através de exame clínico aos 3 anos, época em que diversas medidas anti-refluxo gastroesofágico foram retomadas com rigidez. A última medida foi tomada um ano depois, três meses após completar 4 anos, quando deixou de tomar mamadeira e passou a tomar o seu “tetê” no copo sem tampa, com canudo. Deixar a mamadeira ajudou muito no tratamento do refluxo, pois ela deixou de inclinar-se para beber.
E quais são as medidas anti-refluxo gastroesofágico?
- Elevar a cabeceira da cama na altura de aproximadamente 20 cm (altura de uma lata de leite ou duas listas telefônicas/dois tijolos);
- Evitar deitar ou estripulias após as refeições – respeitar pelo menos 45 minutos.
- Evitar líquidos (principalmente bebidas gasosas) durante o almoço e jantar – respeitar um intervalo mínimo de 30 minutos.
- Dar preferência para uma alimentação consistente. Evitar sopas de consistência líquida e engrossar o leite com frutas ou farinhas (mingaus) – 1 a 3 colheres de chá para 100ml de leite.
- Evitar alimentos industrializados (enlatados ou embutidos), cítricos, temperos fortes e condimentos, gorduras e frituras – exceto aos domingos, feriados e em festas.
- Não descuidar do emocional.
E está correto indicar o uso de travesseiros anti-refluxo para bebês?
Não, de acordo com o professor de pediatria da UERJ Ricardo Chaves, em entrevista para o Guia do Pai Moderno (leia o artigo completo, aqui), “a maior parte das crianças que golfam não tem refluxo. Refluxo é uma doença”. E a pediatra da Unifesp Sandra de Oliveira Campos ensina: “Os bebês não precisam de travesseiro. A função de um travesseiro é equilibrar a nuca com as costas, onde fica o pescoço. Os bebês têm o pescoço bem curtinho, então não há necessidade desse equilíbrio. A partir do quarto, sexto mês, se for iniciado o uso do travesseiro, ele deve ser pequeno, firme e fino. De forma que equilibre a cabeça e o tronco, abrindo a via aérea, nunca a via aérea pode ficar dobrada, porque a passagem do ar vai ficar prejudicada”.
Por isso, só incluirei os travesseiros anti-refluxos na lista do enxoval da Maria Júlia se a doença do refluxo gastroesofágico for realmente diagnosticada.
Deseja consultar o que achei útil ao montar o enxoval da minha filha, há seis anos atrás, e o que acabei não usando? Clique aqui.
Um abraço,